2011-04-25 11:35:00
Os participantes da audiência pública também criticaram a propaganda de bebidas alcoólicas e a falta de controle sobre a venda dessas substâncias, que funcionariam, de acordo com Emmanuel Fortes Cavalcanti, como porta de entrada para outras drogas.
A bebida alcoólica liberada gera um nível de dependência nas pessoas que têm predisposição para a dependência química — alertou o representante da Associação Brasileira de Psiquiatria.
De acordo com o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral, a propaganda de bebidas alcoólicas estimula os jovens a consumir a substância.
A propaganda maciça incitando, sobretudo os jovens, a fumarem e a usarem o álcool talvez esteja também na base para que nós tenhamos uma quantidade tão grande de pessoas afetadas — disse José Luiz.
Ele defendeu a instituição de medidas que restrinjam o acesso ao álcool e ao tabaco como o aumento da taxação de cigarros e de bebidas.
Ao responder a questionamento dos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Ana Amélia (PP-RS) sobre a possibilidade de legalização das drogas como estratégia para desestimular o consumo, Emmanuel Fortes Cavalcanti disse que o Brasil não tem condições de conviver com essa medida.
Não se pode, num país deste que não tem controle nem educação suficiente para que regras mínimas sejam obedecidas, se falar em liberação de qualquer outra substância. Basta o álcool para nos causar problemas. Basta o álcool — argumentou.
Mortes
Para o presidente da subcomissão, senador Wellington Dias (PT- PI), apesar da redução no número de homicídios em países que descriminalizaram a venda de drogas, relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de 200 mil pessoas morrem por ano em consequência do uso de drogas legalizadas.
Em países que adotaram a liberação de drogas, reduziram-se sim os homicídios, mas também há outra realidade: ampliou-se o consumo, chegando às crianças e a bebês por intermédio das mães grávidas e isso causa outras mortes — afirmou o parlamentar.