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Proteína de veneno de serpente destrói célula de tumor em teste

2011-03-10 14:15:00

Obtida da jararacuçu, molécula leva a suicídio celular do câncer durante experiência in vitro.

Pesquisadoras da PUC do Paraná consideram abordagem promissora, mas caminho até uso em pacientes ainda é longo.

É provável que o mero nome da jararacuçu (Bothrops jararacussu) cause arrepios em quem teme serpentes.

O veneno do réptil, contudo, pode se revelar uma arma valiosa contra o câncer. Os indícios, obtidos em laboratório, ainda são preliminares.

Uma proteína isolada na peçonha da jararacuçu parece capaz de se ligar a células tumorais e forçá-las ao suicídio, por exemplo.

Os resultados vêm do trabalho de duas pesquisadoras da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), cujo próximo desafio é entender, em detalhes, a interação da proteína do veneno com as células do câncer.

"Ninguém ainda entrou na célula para ver como a molécula faz isso, onde ela se liga", disse à Folha a bióloga Selene Esposito, que investiga o tema junto com Andréa Novais Moreno.

A dupla tem em comum o interesse pelo grupo de proteínas ao qual pertence a BJcuL (apelido da molécula de veneno).

São as lectinas, cuja estrutura e função sugerem uma série de aplicações médicas, diz Esposito.

Reconhece e gruda
"Elas são basicamente moléculas de reconhecimento", conta a bióloga. O mais comum é que as lectinas estejam localizadas na superfície celular, embora também seja possível encontrá-las no interior das células.

De um jeito ou de outro, o papel das lectinas costuma ser o de reconhecer certos tipos de moléculas de açúcar e se ligar a elas, desencadeando sinais específicos, como a ativação do sistema imunológico (de defesa) do corpo.

Era razoável imaginar que as lectinas poderiam agir contra o câncer porque há anomalias nas moléculas de açúcar produzidas pelos tumores. Justamente por serem sensíveis a açúcares, as lectinas poderiam reconhecer a mudança e sabotar o câncer.

É justamente isso que a dupla da PUC-PR tem visto ao estudar alguns tipos de lectinas, como uma molécula produzida pela jaca e a BJcuL (sigla que significa "lectina de Bothrops jararacussu").

Primeiro, a proteína do veneno consegue estimular várias facetas do sistema imunológico.

O mais interessante, porém, veio com o efeito da substância contra células de câncer do estômago e de tumores do cólon (intestino grosso). Nesses casos, a BJcuL induz a apoptose, ou morte celular programada.

Além disso, a lectina também afeta a integridade da membrana que envolve a célula tumoral, ou causa danos a seu núcleo, o centro de comando celular, onde está aninhado o DNA.

A esperança é que a especificidade da ligação da lectina com as células de câncer impeça efeitos colaterais, como os da quimioterapia tradicional. Mas serão necessários muitos testes antes do possível uso em pacientes.(Folha de S. Paulo)

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