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quinta-feira, 28 de março de 2024

Aspirina pode ajudar pacientes com câncer de próstata a viver mais

2011-03-07 15:48:00

Estudo mostra que ingestão de anticoagulantes reduz o risco de morte
Há mais de cem anos, o ácido acetilsalicílico tem sido usado como elixir contra febre, enxaqueca e dores musculares. Nesse meio tempo, outras aplicações foram descobertas para o medicamento, mais conhecido pelo nome comercial de aspirina.

Evidências científicas mostraram que ela evita a formação de coágulos no sangue e combate alguns tipos de tumores. Um estudo apresentado recentemente, na reunião anual da Sociedade Americana para Radiação Oncológica, em San Diego (EUA), sugeriu que o remédio também pode ajudar os portadores de câncer de próstata a viver mais.

A pesquisa, liderada pelo oncologista Kevin Choe, da Universidade de Dallas, no Texas, investigou a ação dos anticoagulantes na prevenção da mortalidade de homens com tumor maligno na próstata e que ainda não haviam desenvolvido metástase.

Mais de cinco mil pessoas participaram do estudo, que constatou uma queda de 50% no risco de morte entre o grupo que ingeriu algum tipo de anticoagulante – entre eles, a aspirina, consumida por 1.649 voluntários. De todos os afinadores de sangue, o ácido acetilsalicílico foi o que mostrou melhores resultados.

Menor risco de morte
De acordo com Choe, a motivação da pesquisa foi o fato de que cientistas já haviam constatado, anteriormente, que essas substâncias evitam o crescimento das células cancerígenas, assim como sua dispersão pelo organismo.

O médico lembra, porém, que a maior parte dos estudos feitos com pacientes de câncer, até agora, não foi conclusiva.

Enquanto alguns mostraram um bom resultado, outros não interferiram no estágio da doença.

Para Choe, isso se deve ao fato de os participantes das pesquisas anteriores já apresentarem metástase.

Se o câncer já se espalhou, então os anticoagulantes podem não ser tão benéficos— afirma, no estudo.

O trabalho que ele apresentou na reunião foi mais promissor. Os pacientes em estágio avançado foram os mais beneficiados e tiveram menor risco de morte, comparando-se àqueles que não ingeriram o medicamento.

Mostramos que os pacientes que tomam medicamentos afinadores do sangue têm menores riscos de morrer de câncer de próstata, e esse benefício foi mais proeminente nos que estavam com a doença mais avançada — , diz o pesquisador, ressaltando que os voluntários que fizeram parte da pesquisa haviam passado por cirurgia ou radioterapia, e que o medicamento foi apenas complementar.

O médico explica que há tempos existem evidências de que o câncer e o sistema circulatório podem ter alguma relação, embora ainda não se tenha esclarecido exatamente qual.

Apesar de o resultado do estudo ser promissor, Choe não recomenda que homens diagnosticados com câncer de próstata façam uso frequente da aspirina.

O presidente da Sociedade Americana para Radiação Oncológica disse concordar com Choe.

A descoberta é intrigante, mas os dados precisam ser confirmado. Temos de ter certeza de que os benefícios são maiores do que os riscos antes de recomendar o remédio aos pacientes — afirma Anthony Zietman, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard.

SAIBA MAIS
O que é
A próstata é uma glândula pequena, em forma de maçã, situada logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada.

A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual.

Incidência da doença
O aumento observado nas taxas de incidência do câncer de próstata pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos, pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida do brasileiro.

Na maioria dos casos, o tumor apresenta um crescimento lento, de longo tempo de duplicação, levando cerca de 15 anos para atingir 1 cm³ e acometendo homens acima dos 50 anos.

Fatores de risco
Assim como em outros cânceres, a idade é um fator de risco importante, ganhando um significado especial no câncer da próstata, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam exponencialmente após os 50 anos.

História familiar de pai ou irmão com câncer da próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco de câncer em três a dez vezes em relação à população em geral, podendo refletir fatores hereditários, hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.

A influência que a dieta pode exercer sobre a gênese do câncer ainda é incerta, não sendo conhecidos os exatos componentes ou por meio de quais mecanismos eles poderiam influenciar o desenvolvimento do câncer da próstata.

Contudo, já está comprovado que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, não só pode ajudar a diminuir o risco de câncer, como também de outras doenças crônicas não transmissíveis.

Como surge
Por razões ainda não conhecidas pela ciência, as células do órgão passam a se dividir e a se multiplicar de forma desordenada, levando à formação de um tumor.

A grande maioria desses tumores cresce de forma tão lenta que não chega a dar sintomas e nem a ameaçar a saúde. Alguns, porém, podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte.

Prevenção
Até agora, não são conhecidas formas específicas de prevenção do câncer da próstata.

No entanto, sabe-se que a adoção de hábitos saudáveis de vida é capaz de evitar o desenvolvimento de certas doenças, entre elas o câncer. É importante:

Fazer, no mínimo, 30 minutos diários de atividade física.

Ter uma alimentação rica em fibras, frutas e vegetais.

Reduzir a quantidade de gordura na alimentação, principalmente a de origem animal.

Manter o peso na medida certa.

Diminuir o consumo de álcool.

Não fumar.

Sintomas
O câncer da próstata em sua fase inicial tem uma evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes ao crescimento benigno da próstata.

Os principais são: presença de sangue na urina, necessidade frequente de urinar, principalmente à noite, jato urinário fraco, dor ou queimação ao urinar.

A presença de um ou mais desses sintomas não significa que você esteja com câncer, pois várias doenças podem ter sintomas semelhantes.

Por isso, é muito importante a visita ao seu médico, para esclarecimento diagnóstico, tão logo os sintomas surjam. Essa é a melhor forma para se chegar ao diagnóstico precoce.

Uma fase avançada da doença pode ser caracterizada por um quadro de dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, de infecções generalizadas ou insuficiência renal.

Diagnóstico
É feito pelo exame clínico (toque retal) e pela dosagem do antígeno prostático específico (PSA, sigla em inglês), que podem sugerir a existência da doença e indicar a realização de ultrassonografia pélvica (ou prostática transretal, se disponível). Essa ultrassonografia, por sua vez, poderá mostrar a necessidade de se realizar a biópsia prostática transrretal.

Detecção precoce
É composta por ações que visam ao diagnóstico precoce da doença em indivíduos sintomáticos e por ações de rastreamento, que é a aplicação de exames para a detecção da doença em indivíduos assintomáticos.

A decisão do uso do rastreamento como uma estratégia de saúde pública deve se basear em evidências científicas de qualidade.

No momento, não existem evidências de que o rastreamento para o câncer da próstata identifique indivíduos que necessitam de tratamento ou de que essa prática reduza a mortalidade do câncer de próstata.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) não recomenda o rastreamento para o câncer da próstata e continuará acompanhando o debate científico sobre o tema, podendo rever esta posição quando estiverem disponíveis os resultados dos estudos multicêntricos em curso.

Tratamento
Depende do estágio. Para doença localizada, cirurgia, radioterapia e até mesmo uma observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Para doença metastática, hormonioterapia.

A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após discutir os riscos e benefícios do tratamento com o seu médico.

Grupos de risco
Os dois únicos fatores confirmadamente associados ao aumento do risco de desenvolvimento do câncer de próstata são a idade e o histórico familiar. A grande maioria dos casos ocorre em homens com mais de 50 anos e naqueles que têm pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos.

Alguns outros fatores, como a dieta, estão sendo estudados, mas ainda não há confirmação científica.(Instituto Nacional do Câncer (Inca)

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