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Aids aumenta entre garotas e mulheres com mais de 50

2009-12-02 11:55:00

Entre os dados divulgados pelo Ministério da Saúde no lançamento do Boletim Epidemiológico 2009, a maior parte dos jornais destacou que a Aids cresce no interior, nas cidades pequenas; alguns veículos noticiaram que os casos da doença estão diminuindo nos centros urbanos; e outros deram ênfase a outros dados impactantes do relatório, como o aumento no número de infecções entre meninas de 13 a 19 anos, em mulheres com mais de 50 anos e em rapazes de 13 a 24 anos que fazem sexo com homens.

Todos os anos, nos dias que antecedem o 1º de Dezembro – Dia Mundial da Aids –, o Programa das Nações Unidas para HIV e Aids (Unaids) e o Programa de DST/Aids do Ministério da Saúde do Brasil alimentam a imprensa, pesquisadores e pesquisadoras, especialistas e ativistas com farto material de trabalho: os dados mais recentes, que mostram cenários e apontam tendências da epidemia de HIV/Aids no Brasil, na América Latina e no mundo.

Segundo o Unaids, em termos mundiais as infecções caíram 17% de 2000 a 2008. Na contramão, a América Latina registrou um crescimento de 13% na taxa anual de novas infecções.

No Brasil, o próprio Programa de Aids escolheu o destaque no release de divulgação do Boletim Epidemiológico 2009: “Em queda nos grandes centros urbanos, epidemia cresce no interior do país, em municípios com menos de 50 mil habitantes”.

Essa informação está sendo contestada por outra pesquisa, financiada pelo próprio Ministério da Saúde, que mostra que a Aids continua concentrada nos grandes centros urbanos e em locais com Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mais elevados
.
"Só posso atribuir a interpretação feita pelo Programa de Aids a um obscurantismo de enfoque. Eles analisam os dados no automático, com conceitos de 15 anos atrás", adverte o pesquisador Alexandre Grangeiro, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP.

Segundo apurou a reportagem de O Estado de S.Paulo, o “trabalho de Grangeiro mostra que apenas 36 municípios com até 50 mil habitantes apresentaram mais de 50 casos da doença entre 2003 e 2007.

E, neste grupo, 35% eram de municípios com características peculiares: abrigavam presídios, estavam encravados em regiões metropolitanas ou em zonas portuárias.

Em 67,1% das cidades com até 50 mil municípios, as estatísticas não ultrapassaram 19 casos confirmados num período de cinco anos”.

Segundo Grangeiro, o Ministério da Saúde já conhecia os dados dessa pesquisa. "Não sei o que levou a equipe a desconsiderar os dados da pesquisa e insistir na velha tese da interiorização", declarou Grangeiro à repórter do Estadão.

No Brasil, na última década, as mortes por Aids em homens caíram e em mulheres se mantiveram estáveis.

 As relações heterossexuais desprotegidas, que eram responsáveis por 88,7% dos casos de Aids entre mulheres, passaram a responder por 96,9% em 2007.

Para o Ministério da Saúde, a política de redução de danos tem contribuído para reduzir os casos notificados da doença que têm como meio de infecção o uso de drogas injetáveis.

Entre as mulheres, a queda foi maior – de 10,2% (em 1997) para 2,6% (em 2007) – do que entre os homens: de 22,6% para 7,4%, nesse período de dez anos.

A tendência de crescimento da infecção pelo HIV entre mulheres já havia sido destacada no relatório divulgado pelo Unaids: dos 2,7 milhões de novos casos da doença estimados para 2008, 48% foram em mulheres.

E se em termos mundiais as infecções caíram 17% de 2000 a 2008, a América Latina está na contramão, tendo registrado um crescimento de 13% na taxa anual de novas infecções.

Em entrevista ao Estado, uma das autoras do relatório do Unaids, Karen Stanecki, atribuiu parte dessa expansão à falta de programas de prevenção dirigidos para homens que fazem sexo com homens.

Segundo a especialista, em alguns países 20% dos homens nesse segmento também têm relações com mulheres.

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