2009-07-25 09:40:00
O vírus H1N1 pode estar substituindo o vírus da gripe comum, afirmou nesta sexta-feira o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage. Segundo ele, 60 por cento dos exames positivos para gripe desde abril apontaram para o vírus H1N1.
"O que isso pode indicar é uma possível substituição do vírus", disse Hage, de acordo com o ministério, ao comentar sobre a taxa de gripe causada pelo vírus H1N1 no país.
"Ele (vírus H1N1) aparentemente pode passar a predominar no cenário e outro vírus (da gripe comum), deixar de circular", afirmou ele.
Segundo Hage, a taxa de mortalidade em relação ao total de pacientes graves é de 12,8 por cento no país.
A pasta indicou que mais de 60 por cento dos casos de nova gripe no Brasil estão concentrados em pacientes entre 20 e 49 anos. A idade média dos infectados é de 29 anos.
O ministério reiterou a recomendação para que pacientes em grupos de risco adiem viagens para países onde a transmissão é sustentada. A pasta também pediu que alunos com sintomas de gripe evitem retornar às aulas até que se recuperem.
Em Osasco e Campinas, cidades paulistas que registraram mortes pela doença, o reinício das aulas nas redes municipais foi adiada em uma semana, para 3 de agosto.
A medida, que afeta cerca de 100 mil estudantes, foi tomada para conter o avanço do vírus entre alunos e professores, informaram as prefeituras.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reunido em Assunção para a cúpula do Mercosul, pediu que o bloco conclua um plano com estratégia sobre demanda e distribuição de uma vacina contra a gripe H1N1 na região.
Para o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que também participou do encontro no Paraguai, a iniciativa é um importante mecanismo para se adotar medidas regionais contra a doença.
"Devemos discutir as reais necessidades e mapear as capacidades tecnológicas e industriais de nossos países", afirmou Temporão, de acordo com nota do ministério.
O Instituto Butantan, em São Paulo, é o único da região com capacidade tecnológica para produzir uma vacina contra o vírus, que deve estar pronta para uso no Brasil no ano que vem.