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Brasileiro está comendo mais que o dobro de sódio indicado, diz estudo

2017-11-12 07:06:00

Ah, o cinema! Cenários de batalhas épicas, da ficção científica, da fantasia. Batalhas que têm o mesmo enredo: a luta do bem contra o mal. Tem tudo a ver com o sal. Ora é o vilão, ora é o mocinho da história. Fica difícil entender se faz bem ou se faz mal. Afinal de contas, qual é o papel dele na nossa vida? Em busca da resposta, a equipe do Globo Repórter viajou para dentro do corpo humano. A máquina mais perfeita não funcionaria sem sal.

“É inviável a vida sem a mínima quantidade de sódio. O sódio existe para gente ter sede, a gente buscar água, ingerir água. Água faz parte da produção de urina, que elimina as toxinas”, explica o cardiologista Flavio Fuchs.

“Ele, às vezes, fica escondido no alimento. Então, às vezes a gente está comendo sal e não está sentindo o salgadinho”, explica a cardiologista Sandra Fuchs.

Doutora Sandra e doutor Flávio. Marido e mulher. Juntos, estudam os efeitos do sal no nosso corpo há mais de 20 anos. Nossas respostas sairão do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A notícia está fresquinha: é o resultado da pesquisa brasileira mais longa sobre hipertensão. O sal entra em cena, usando um "codinome": cloreto de sódio. O popular sal de cozinha. O crime é muito conhecido: o excesso de sal faz a pressão subir, criando coágulos nos vasos sanguíneos. A pessoa pode ter um infarto, um AVC, e outras inúmeras consequências da pressão alta.

A pesquisa realizada pelo programa Prever/Prevenção acompanhou 1.400 pessoas – de 30 a 70 anos – em dez estados do país. Um dos voluntários é o gaúcho Pedro Paulo de Quadros. “Eu não sentia absolutamente nada porque lamentavelmente a hipertensão é uma doença silenciosa. Eu estava com a pressão muito acima do normal. Eu fui motivado pelo medo”, conta o aposentado.

Seu Paulo descobriu que fazia parte de uma realidade assustadora.  As doenças cardiovasculares surgem normalmente após os 40 anos. Mas os motivos podem começar na infância. O brasileiro come em média 12 gramas de sódio por dia. É muito. Nós deveríamos estar comendo menos de 5 gramas e, provavelmente, em torno de 2 gramas por dia seria o suficiente. Todo cuidado é pouco. Se a sua pressão gira em torno de 12 por 8 a 14 por 9 você é um pré-hipertenso. Mas nessa fase, uma alimentação saudável pode impedir que a doença avance. Já ouviu falar em dieta Dash?

A pesquisa durou um ano e meio. E a cozinha da dona Elma passou por uma transformação. Até o neto já aprendeu. Mas calma! Tem saída. Você não precisa abandonar o sal de vez. Qualquer mudança é bem-vinda diante de uma proposta da Sociedade Americana de Cardiologia. Os especialistas querem decretar o fim da pré-hipertensão. Dessa maneira, todas as pessoas com pressão entre 12 por 8 ou 13 por 8 já seriam consideradas hipertensas.

A pesquisa revelou – mais uma vez – o poder da alimentação saudável. No total, 44% dos pacientes controlaram a pressão apenas mudando o estilo de vida. “É essencial comer bem, mas não é suficiente. Nós precisamos fazer atividades físicas regulares, porque isso ajuda a perder peso e ajuda a reduzir a pressão arterial”, explica Sandra.

“A chave para viver 120 anos é manter a pressão abaixo de – vou dar um número até mais baixo – 11 por 6”, diz Flávio.

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