2017-06-02 18:01:00
Duas vezes por ano, o veterinário Otávio de Jesus Costa viaja de São Luiz do Maranhão (MA) até Ribeirão Preto (SP) para fazer exames no Hospital das Clínicas da USP. Em 2011, ele foi diagnosticado com diabetes tipo 1, mas graças ao tratamento com transplante de células-tronco realizado na unidade, deixou de usar insulina diariamente.
“Passei a ter o controle da alimentação, a fazer exercícios físicos regulares, e isso me deu uma qualidade de vida muito melhor. A insulina, queira ou não, é um inconveniente na vida das pessoas. Então, para mim, esse tratamento ajudou demais”, diz.
A terapia consiste em “desligar” o sistema imunológico do paciente através de sessões agressivas de quimioterapia. Depois, os médicos introduzem na corrente sanguínea as células-tronco que foram retiradas, previamente, da medula óssea do próprio paciente.
Costa é um dos três que participaram da primeira fase do estudo e que continuam livres das injeções de insulina até hoje. Outros 21 pacientes obtiveram resultado positivo temporário: na média, o efeito terapêutico durou três anos e meio.
“Percebemos que o problema foi a quimioterapia insuficiente. Então, nós sabemos que aqueles pacientes que voltaram a usar insulina é porque o sistema imunológico voltou a agredir o pâncreas”, explica a imunologista Maria Carolina de Oliveira Rodrigues.