2017-01-16 19:02:00
Em um hospital de São Paulo, desde que os casos de febre amarela silvestre começaram a aumentar em Minas Gerais, a procura por vacinas triplicou. São 38 mortes notificadas em terras mineiras, e dois óbitos no noroeste paulista – em São José do Rio Preto e em Ribeirão Preto. O G1 conversou com especialistas para entender qual é o tamanho da epidemia e quem precisa correr para se prevenir contra a doença.
1. Por que este surto de febre amarela é chamado de “silvestre” e “selvagem”?
Porque os casos são registrados em regiões rurais ou de mata, transmitidos pelos mosquitos Haemagogus ou Sabethes. Por enquanto, não foi detectada a transmissão da doença pelo Aedes aegypti, mais famoso pela dengue, zika e chikungunya e por gostar das áreas urbanas.
2. É possível que a epidemia chegue às grandes cidades?
Sim. Uma pessoa infectada em zona rural poderá ir para uma cidade. Uma vez picada por um mosquito Aedes aegypti, o inseto poderá transmitir para outra pessoa, e assim por diante. A boa notícia é que isso não aconteceu ainda, de acordo com o Ministério da Saúde e os médicos entrevistados.
"A pessoa que vive dentro da cidade, em São Paulo por exemplo, não precisa entrar em pânico, mas é verdade que todo mundo tem que receber pelo menos uma dose da vacina […] De maneira que, sem dúvida alguma, pessoas que têm contato com área rural ou silvestre precisam estar vacinadas", disse Marcelo Simão, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Vale ressaltar que o vírus da febre amarela não é transmitido de pessoa para pessoa, apenas pela picada de mosquitos infectados.
"A epidemia, na verdade, está entre os macacos da mata. O homem adentrando ou estando próximo é picado pelo mesmo mosquito e adquire a doença", completou Simão.
3. Devo sair atrás da vacina, então?
Como o surto está concentrado fora das regiões urbanas, o Ministério da Saúde recomendou que todas as pessoas que residem em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e aqueles que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata, devem se imunizar. Os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro estão fora da área de recomendação para a vacina.
4. Quem não pode se vacinar?
Por causar reações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacina para pessoas com doenças como lúpus, câncer e HIV, devido à baixa imunidade, nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.