2007-09-11 15:30:00
A seca que se estende por mais de meses em Campo Grande e interior de Mato Grosso do Sul está atingindo os bovinos no campo, que estão perdendo peso e levam até mais três meses para chegar ao ponto de abate, conforme explica o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Laucídio Coelho Neto.
Ele ressalta que com o clima normal e a pastagem em boas condições um animal chega a ser abatido com 15 meses, mas como o rigor da seca deste ano, o tempo deve aumentar para 18 meses. Laucídio destaca que em dias normais, os animais chegam a ganhar de 400 a 600 gramas de pesos por dia, mas com a seca eles acabam perdendo.
Uma das medidas para tentar manter o ganho de peso do gado no período de estiagem é a suplementação mineral, mas que onera os custos de produção. Com a seca, o leite e seus derivados também acabam aumentando de preço. O leite de saquinho tipo C no supermercado não sai por menos de R$ 1,40 para o consumidor e já o leite de caixinha gira em torno de R$ 2,25.
Em Mato Grosso do Sul a umidade relativa do ar está abaixo dos 20%, conforme alerta da Sedec (Secretaria Nacional de Defesa Civil), o que é considerado preocupante pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e ainda não há previsão de chuva. No Estado, em virtude da seca, já foram registrados neste ano 823 focos de queimadas desde o início do ano, o que representa um índice 62,64% maior que o registrado em todo o ano passado, conforme dados do Cptec (Centro de Estudos de Tempo e Estudos Climáticos).