2007-08-16 04:24:00
O presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Ademar Silva Junior, estima que o Estado já acumule um prejuízo de pelo menos R$ 1 bilhão desde a confirmação de febre aftosa nos municípios de Japorã, Eldorado e Mundo Novo, em outubro de 2005.
De acordo com o ruralista, o número é apenas uma estimativa geral e está ligado a perdas diretas e indiretas, envolvendo produtores, Estado, comércio e a economia da carne no MS. “São números genéricos, mas certamente o prejuízo já ultrapassa R$ 1 bilhão. É uma perda irrecuperável porque é dinheiro que deixamos de ganhar”, avalia.
Ademar Junior disse ao Diário MS que o Estado começa a se recuperar da crise a partir da recuperação do preço da arroba do boi gordo o que, segundo ele, dinamiza novamente o setor produtivo. “Precisamos recuperar com urgência o status de área livre de febre aftosa com vacinação. Além disto, precisamos conquistar novos mercados, como o Mercado Comum Europeu”, destaca.
Inglaterra – O presidente da Famasul disse também que o Estado precisa unir forças para aproveitar o momento a partir da confirmação de focos de aftosa na Inglaterra. A federação já iniciou um movimento contra as exigências aplicadas pela Comissão Veterinária Permanente para reduzir a classificação de risco da doença no Estado.
Ademar disse que a Famasul está levando o caso à Assembléia Legislativa e às autoridades sanitárias federais para tentar flexibilizar as imposições.
Segundo ele, a Comissão quer aplicar regras bastante rigorosas para recuperação do status em MS. “Existem mais interesses econômicos do que sanitários. Querem continuar dando prejuízo ao MS, porque quando alguém perde, outro ganha com isto”, alfinetou o presidente.
O presidente da Famasul avalia que é possível recuperar o status de área livre de aftosa ainda este ano, caso haja ‘boa vontade’ do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e das autoridades sanitárias.
O presidente também cobra a aplicação de regras rigorosas à Inglaterra, assim como aconteceu com MS nos últimos dois anos. “Não pode haver dois pesos e duas medidas. Agora, está provado que a aftosa não é doença de países emergentes e também é coisa de primeiro mundo”, argumenta.