2007-07-10 11:11:37
O extrato de memorando de entendimento entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, Unidade Gado de Corte, instalada em Campo Grande, e a Organização Pan-Americana de Saúde/OMS, por intermédio do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa/ Unidade De Saúde Veterinária, foi publicado ontem segunda-feira (9), no Diário Oficial da União (DOU). O termo de cooperação, assinado na Capital no último dia 26 de junho, pelo diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana e por Albino Belotto, representando a OPAS/Panaftosa, tem por objetivo ampliar a base de conhecimentos na área de sanidade animal.
O protocolo contempla o desenvolvimento de ciência e tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, captação e transferência de tecnologias por meio da realização de projetos conjuntos nas grandes áreas de sanidade animal, assim como em áreas correlatas.
Pesquisa para reduzir prejuízos
Segundo Albino Belotto, os prejuízos causado pelas doenças animais, principalmente aquelas que atingem os setores de produção e que servem de alimento, em termos globais, estão na ordem de US$ 100 bilhões por ano.
Desde sua instalação, em 28 de abril de 1977, o Centro Nacional de Pesquisa e Tecnologia em Pecuária de Corte, localizado em Campo Grande, é responsável por algumas das mais importantes pesquisas na área da pecuária brasileira. Estima-se que 70% das pastagens brasileiras possuam cultivares desenvolvidas pela Embrapa Gado de Corte. O médico veterinário Albino Belotto revelou, durante a assinatura do documento, que o convênio deve ampliar as atividades da Embrapa na área de saúde animal, em particular nos assuntos relacionados à febre aftosa.
“Queremos devolver novas tecnologias, por exemplo, para diagnósticos rápidos e obtenção de resultados imediatos para qualquer suspeita de um foco de febre aftosa, incidente onde o tempo vale ouro”, revela.Um dos objetivos é que a Embrapa possa desenvolver novas ferramentas para o combate da doença, como vacinas, sistemas de informação, vigilância epidemiológica, diagnóstico rápido de campo, e aprimorar as estratégias de erradicação.
Mas também há interesse do Panaftosa com os trabalhos de outras doenças como a brucelose e tuberculose. “Quero destacar que nosso objetivo é desenvolver tecnologia de ponta, vacinas de terceira geração, por exemplo, já utilizando biologia molecular e engenharia genética, para desenvolver produtos que não necessitem de refrigeração e com poder imunogênico muito maior”, destaca Belotto.Quanto aos investimentos necessários para os projetos pretendidos na parceria, Belotto aposta na sensibilidade dos agentes financiadores.
“Acho que o Brasil tem demonstrado ter condições de liderar as pesquisas neste setor, e devemos lembrar que o comércio da carne em geral, movimenta US$ 12 bilhões por ano; quer dizer, nós não podemos pensar que somos pequenos. Na agricultura, somos um País grande, que incomoda e causa inveja. Então, nós temos que pensar grande. Os recursos vão estar aí e acredito que o setor privado também vai apostar, quando ele sentir que há projetos com grandes perspectivas”, conclui.