2007-05-11 10:38:00
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem duas Medidas Provisórias que beneficiam o combate à febre aftosa em Mato Grosso do Sul. A primeira libera R$ 25 milhões para a prevenção e combate à doença nos rebanhos do Estado, enquanto a segunda prevê que o governo federal assumirá as indenizações pelos animais abatidos nas áreas de fronteira, desde que o foco ocorra dentro de uma faixa de 150 quilômetros.
A segunda MP vai permitir que o governo do Estado invista no combate à febre aftosa, enquanto a segunda beneficia os pecuaristas dos municípios de Japorã, Eldorado e Mundo Novo, onde foram detectados focos da doença em outubro de 2005. Além disso, no início do mês o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, afirmou que pedirá, em setembro, à OIE (Organização Internacional de Sanidade Animal) a liberação de áreas brasileiras ainda não-consideradas livres de febre aftosa com vacinação.
"Levaremos para o comitê da OIE o pedido de liberação das várias áreas do Brasil que estão interditadas", disse o ministro, citando a Região Centro-Sul do País, onde estão os Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul que registraram focos de aftosa em outubro de 2005. O ministro afirmou ainda que numa segunda etapa , após o pedido para a OIE, será priorizada a erradicação em todo o continente da doença, que atinge principalmente os bovinos.
De acordo com Stephanes, o fato de a questão sanitária ser utilizada para justificar os embargos à carne brasileira "às vezes é desculpa; e então temos de acabar com essa desculpa". O governo do Estado, por intermédio do Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), já está fazendo, paralelamente à vacinação contra a febre aftosa, a colheita de material para a realização de inquérito sorológico para avaliação de circulação viral da doença.
Nos municípios de Eldorado, Mundo Novo e Japorã, a colheita será feita somente no mês de junho, quando ocorrerá a vacinação dos animais da região. As determinações para o trabalho , exigido pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), estabelecem que os animais envolvidos no inquérito (36 mil em cada uma das duas amostragens) não poderão ser vacinados contra a aftosa até que exista autorização oficial para isso.
“Essa exigência do Ministério visa à restituição do status de área livre de febre aftosa com vacinação para Mato Grosso do Sul”, informa o diretor-presidente da Iagro, Roberto Rachid Bacha. A campanha de vacinação, exceto na área de risco sanitário (Eldorado, Mundo Novo e Japorã), foi lançada na quarta-feira da semana passada pelo governador André Puccinelli na Embrapa Gado de Corte.
A imunização vai de 2 a 30 de maio na região de Planalto, e o registro da vacina deve ser feito na Iagro até o dia 15 de junho. No Pantanal, a vacinação vai até 15 de junho e o registro, até o dia 30 do mesmo mês. A previsão é de que todo o rebanho, cerca de 24,7 milhões de bovinos e bubalinos, seja imunizado.
