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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Responsável por projeção de safra recorde, chuva pode se tornar vilã da produção

2011-02-16 08:01:00

Vilson Nascimento

A mesma chuva que caiu na dose certa desde o plantio, a germinação das sementes e o desenvolvimento da planta e foi a responsável pela projeção de uma safra recorde, pode se tornar a grande vilã do produtor rural do Cone Sul de Mato Grosso do Sul na hora da colheita da safra de verão, principalmente em relação à soja, plantada em grande escala em toda a região.

Quem plantou a soja mais cedo, ou até mesmo tardia, pôde desfrutar de chuvas abundantes intercaladas com períodos de sol, exatamente o que a planta precisava para fazer a fotossíntese e desenvolver grãos de boa qualidade.

Acontece que as mesmas chuvas que foram essenciais para desenvolver da lavoura insistem em não parar de cair, o que já está gerando prejuízos para quem tem lavoura madura, em ponto de colheita e até mesmo quem plantou a soja tardiamente, cujas plantas ainda estão em fase de desenvolvimento dos grãos.

Para o técnico agrícola, Sérgio Costacurta, especialista em cultura de verão, já existem perdas nas lavouras da região por causa das condições climáticas, mas até o momento ainda em pequena escala e reversíveis, caso pare de chover.

De acordo com o especialista, com as chuvas diárias em toda a região, o sol aparece pouco e com isso acaba atrapalhando a formação dos grãos nas lavouras ainda em fase de desenvolvimento.

Em relação às lavouras plantadas mais cedo, muitas delas já na época de colher, a grande quantidade de chuva, além de impedir a colheita, também poderá causar “ardência” dos grãos por conta da umidade, fazendo cair a qualidade do produto ou até estragar os grãos no próprio pé, antes de serem colhidos.

“Quando o amadurecimento ocorre de forma natural, sem aplicação de dessecante para acelerar a colheita, após entrar no ponto de cocheira a soja agüenta até 15 dias no pé, mas já no caso da aplicação de dessecante, produto bastante usado pelos produtores da região, o período de amadurecimento é acelerado e a colheita deve ser realizado em no máximo 10 dias. Passado esse tempo o grão já começa a perder qualidade”, informou o técnico agrícola ao ressaltar que por enquanto ainda não se tem nenhuma projeção de perdas, tendo em vista que, apesar de ter algumas lavouras já em ponto de colheita na região, a safra está apenas começando.

Barreiras trazidas pela chuva

O risco de perder a produção na lavoura, sem conseguir colher é apenas um dos obstáculos oferecidos aos produtores rurais do Cone Sul do Estado por conta das freqüentes chuvas.

Devido ao grande volume de chuva, o solo está encharcado e necessita de pelo menos três dias de sol para suportar o trânsito das colheitadeiras.

Por conta das chuvas que não param de cair, as prefeituras e o Estado também não tiveram condições de realizar a manutenção das estradas, o que vai dificultar o transporte da produção das lavouras para os armazéns.

Outro problema apontado, que certamente vai ocorrer na região, segundo Sérgio Costacurta, é a sobrecarga de produtos nos armazéns.

“Quando a colheita é realizada em período de sol, o grão chega seco nos armazéns, passa pela moega, pela pré-limpeza e vai direto para o armazenamento. No Caso de colheita em condições climáticas como está ocorrendo, com freqüentes chuvas, além de passar pela moega e a pré-limpeza, os grãos também têm que passar pelo secador, o que requer tempo e conseqüentemente acaba sobrecarregando o sistema de coleta por parte dos armazéns”, destaca Sérgio.

Efeito colateral no “safrinha”

Outro efeito colateral na agricultura do Cone Sul que pode ser provocado pelo possível atraso na colheita do soja por conta das condições climáticas na região, está no plantio do milho safrinha.

Acontece que pelo zoneamento agrícola, os produtores rurais têm só até o dia 10 de março, ou seja, menos de um mês para tirar a soja e plantar o milho.

As expectativas da classe produtora da região é que as previsões meteorológicas se confirmem e a partir desta semana comece a diminuir o volume de chuvas no Cone Sul do Estado, com isso a colheita se normalizaria e o fantasma das perdas pelas condições climáticas se afastaria de vez.

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