2011-01-26 08:44:00
Boas chuvas, sol e altas temperaturas são os fatores que estão garantindo um excelente padrão nas lavouras da região Norte do Rio Grande do Sul.
A fraca intervenção do fenômeno La Niña está favorecendo as culturas de soja e milho.
Segundo o engenheiro agrônomo, técnico da Emater Regional, Claudio Dóro, dos cerca de 800 mil hectares cultivados com soja na região, 25% estão em fase de desenvolvimento vegetativo, 70% em floração e 5% em formação de vagens.
“Temos um padrão de lavoura muito bom até momento, devido à boa tecnologia que os produtores utilizam e também há uma condição climática muito boa, principalmente em chuvas”, declara.
De acordo com ele, as chuvas têm sido semanais, o que proporcionou um bom desenvolvimento vegetativo, com bom padrão folhear. “Não temos no momento problemas maiores com pragas e doenças.
Se tudo correr bem, poderemos ter aqui na nossa região uma ótima safra”, projeta.
Porém, a afirmação ainda depende dos próximos meses, fevereiro e março, quando a planta precisa de muita água.
“É bom frisar que agora a soja tem uma dependência muito grande de água, porque está entrando na fase reprodutiva e depois vem a fase de frutificação.
Neste período, a planta requer um consumo em torno de cinco milímetros de água por dia”, destaca Dóro.
Segundo ele, se o clima colaborar, chovendo bem em fevereiro e até o dia 15 de março, “está concretizada uma safra excelente, mas a dependência de água é fundamental.
Até agora, a lavoura vem muito bem, mas é daqui para frente que vai começar a definir a produtividade”, salienta.
Hora de monitorar as lavouras
Porém, se o clima está colaborando, é preciso atenção redobrada dos produtores para evitar doenças.
“O alerta que fazemos aos produtores é para que realizem o monitoramento da lavoura.
No mínimo duas vezes por semana precisam percorrer a lavoura de ponta a ponta, observar as plantas e verificar se não existem pragas e doenças, principalmente a ferrugem asiática, pois o clima propício para que ela apareça”, ressalta o engenheiro agrônomo.
De acordo Dóro, a temperatura acima de 30ºC à tarde, umidade relativa do ar acima de 50% e bastante sol são condições climáticas que “favorecem a soja, e também as pragas e doenças.
Agora é preciso ter todo cuidado com a lavoura, intensificar a observação das plantas”, avisa.
Preço bom, lucro certo
A projeção de saca em torno de R$ 50 para a venda no final do mês de maio revela o bom momento dos preços para a safra de soja e vai além do que esperavam os agricultores.
“Os preços estão muito bons no momento, até superando a expectativa do produtor.
Isso se deve à boa demanda pelo grão no mundo, à quebra de safra na Argentina por falta de umidade e à forte demanda vinda da China, que está comprando muita soja este ano.
Estes fatores estão dando sustentação aos preços bons no momento”, ressalta Dóro.
Com isso, o ano de 2011 começa sendo muito bom para o agronegócio e para os produtores.
“É um ano muito bom para o agricultor ganhar dinheiro e capitalizar. Com a projeção de preços, o produtor vai conseguir pagar as dívidas e investir o que sobrar. A soja está com preço bom, a produtividade vai ser boa e os custos de produção foram baixos este ano.A soja vai deixar uma boa margem de lucro em 2011, se correr tudo bem daqui pela frente”, projeta.
Colheita do milho em 10 dias
Se o momento é bom para a soja, é melhor ainda para o milho, que já ganhou toda a chuva que precisava para se desenvolver bem.
“A lavoura de milho está em fase bem adiantada em relação à soja.
Entre 10 e 15 dias começa a colheita”, enfatiza Dóro, que lembra que o milho praticamente escapou da necessidade de chuvas.
“A lavoura já não necessita mais de tanta água como a soja. E a projeção é de uma excelente safra.
Vai superar as expectativas. Os produtores estavam muito temerosos este ano, tanto é que reduziu em 15% a área de plantio aqui na região, porque tínhamos notícia do La Niña. Entretanto, para nós, no Norte do Rio Grande do Sul, não ocorreu.
Tivemos chuvas normais. O milho teve água durante todo ciclo e bem distribuída. Logo vamos festejar uma safra muito boa de milho”, promete o engenheiro agrônomo.