2009-03-16 12:04:00
Dados do Radar Industrial da Fiems – Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul – apontam que o Estado está perdendo espaço na produção avícola na Região Centro-Oeste. Entre os anos de 2003 e 2008, Mato Grosso do Sul obteve o menor ganho (1,1 ponto percentual) no que se refere à exportação do setor, quando comparado aos demais Estados da Região, que obtiveram ganhos de 1,8 ponto percentual no caso do Distrito Federal, 1,7 ponto percentual em Goiás e 1,3 ponto percentual no Mato Grosso.
No mesmo período, o Estado apresentou redução de 9 pontos percentuais na participação sobre a receita total de exportação do Centro-Oeste. Perdendo, em valores, a liderança nas vendas externas do setor avícola na Região para o Estado de Goiás, que conta com 32% do total, contra 30% de participação de Mato Grosso do Sul.
Os números mostram que caso a tendência de redução seja mantida, em curto espaço de tempo a posição do Estado será ameaçada pelas vendas do vizinho Mato Grosso, uma vez que no início do período a vantagem era de 13 pontos percentuais, reduzindo-se ao final para 6 pontos percentuais.
De acordo com o Radar, quanto ao total de aves abatidas, Mato Grosso do Sul apresentou perda de participação relativa sobre os abates totais do Centro-Oeste, perdendo 10 pontos percentuais de participação, sendo o único a apresentar redução neste tipo de comparação. Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal apresentaram ganhos relativos de 4 pontos percentuais, 4 pontos percentuais e 2 pontos percentuais, respectivamente.
O Radar Industrial também aponta que na comparação com os demais Estados da Região, Mato Grosso do Sul apresentou perda de 8,4 pontos percentuais na participação sobre o rebanho total de aves, sendo o único a apresentar redução no comparativo. Distrito Federal, Mato Grosso e Goiás apresentaram ganhos de 4,3 pontos percentuais, 2 pontos percentuais e 2 pontos percentuais, respectivamente. O período de análise foi de 2000 a 2007.
Na prática isso significa que Mato Grosso do Sul perdeu espaço na produção de aves, comparativamente aos demais estados, já que tanto rebanho quanto o número de abates e a exportação de produtos refletem os indicadores de produção. Nesse aspecto, o levantamento do Radar destaca que as características produtivas dos Estados são idênticas (condições edafoclimáticas e infra-estruturas produtivas semelhantes).
Ritmo- A atividade avícola no Estado está em um quadro de baixo crescimento, o que pode ser ilustrado pelo encerramento das atividades do frigorífico Diplomata em Campo Grande em dezembro do ano passado, o que resultou na demissão de 450 funcionários e na desarticulação da cadeia de fornecimento com impacto sobre 40 produtores que trabalhavam como “integrados” junto a unidade processadora.
Atualmente, segundo dados da Avimasul (Associação dos Avicultores de Mato Grosso do Sul ), estão em atividade no estado cinco frigoríficos de aves: Seara Cargill (Sidrolândia), Doux Frangosul (Caarapó), Frango Bello (Itaquiraí), Frango Ouro (Aparecida do Taboado) e Perdigão (Dourados). Sendo que a Perdigão está prestes a retomar a atividade na produção de aves após uma parada técnica de um mês para a reestruturação do nível de oferta, neste período foram concedidas férias coletivas a 1.520 funcionários da unidade.