2009-01-16 13:48:00
Mato Grosso do Sul voltou a vender carne bovina para a União Européia, depois de mais de três anos de embargo comercial por causa de focos de febre aftosa. Duas fazendas foram aprovadas e os animais já começaram a ser levados para o abate.
O gado é pesado e toda a documentação do lote conferida. Noventa e sete animais da raça nelore estão sendo levados para o abate. A fazenda em Campo Grande é uma das duas propriedades de Mato Grosso do Sul credenciadas a exportar carne bovina para a Europa.
Essa é uma relação comercial restabelecida após três anos de embargo por causa dos focos de febre aftosa na região sul do Estado. Para os produtores, a vantagem em vender carne para a União Européia é a remuneração, diferenciada em comparação aos outros mercados.
Em geral, os europeus pagam de R$ 5,00 a R$ 15,00 a mais pela arroba do boi. São compradores que valorizam o produto, mas fazem uma série de exigências para levar a carne brasileira. Uma delas é o rigoroso controle de manejo sanitário. Além disso, o gado precisa ser incluído no Sisbov, Sistema de Rastreabilidade Bovina, que determina, entre outras coisas, a identificação da idade, raça, sexo e a propriedade de origem dos animais. O processo de certificação custa uma média de R$ 4,00 por animal.
São investimentos que o criador Bruno Dias fez questão de fazer para ampliar os negócios. “Hoje tem o incentivo dos frigoríficos que acabam pagando um pouco a mais. Tudo que agrega valor é importante pra gente”, justificou.
Se por um lado os produtores comemoram a conquista do mercado europeu, por outro ainda existem muitos desafios a serem vencidos. Um deles é o transporte do gado. As estradas são precárias, o que dificulta o acesso às propriedades. Em um dos trechos caminhões boiadeiros ficaram nos bancos de areia e o jeito foi usar um trator para puxar os veículos.
Na semana que vem uma missão de técnicos da União Européia chega ao Brasil para analisar o sistema de criação e sanidade do rebanho de vários Estados. Em Mato Grosso do Sul, o grupo deve visitar frigoríficos e propriedades rurais na fronteira com a Bolívia e o Paraguai.
Globo Rural