2008-10-27 20:49:00
A quebradeira do sistema financeiro americano teve reflexos negativos em todo o mundo e se espalhou como fogo em palha seca por todos os países, por mais remotos que fossem. No Brasil, atingiu em cheio o nosso agronegócio, notadamente no Centro Oeste, estados responsáveis por mais de 1/3 da produção agrícola brasileira.
A elevada e repentina cotação do Dólar com relação ao Real e a conseqüente desvalorização das commodities agrícolas, mais o estancamento do credito criaram um clima de incerteza e de intranqüilidade entre os produtores rurais.
Isso Justamente quando os nossos produtores rurais, para iniciar o plantio da próxima safra, já efetuaram compras, já fizeram gastos e já assumiram compromissos com os vendedores de insumos e com os compradores de sua produção.
A falta de crédito, num momento desses, poderá provocar um colapso nos negócios rurais, que contaminará as empresas processadoras e exportadoras de commodities agrícolas, fato que provocará aumento do preço dos alimentos que, conseqüentemente, afetará a população consumidora, provocando queda no nível de emprego, dificuldades na manutenção de mercados compradores internacionais e desequilíbrio na economia brasileira. Além dessas inconveniências financeiras, não podemos descartar a possibilidade que sobrevenham problemas climáticos ou que haja incidência de pragas e doenças.
Portanto, a nova safra será de altíssimo risco, a ponto de os produtores não terem sequer noção de quanto poderá ser sua margem de lucro na atividade, ou se terão prejuízo. Os custos de produção estão muito mais alto agora do que foram em qualquer safra anterior.
O Governo Federal, desde o inicio dessa crise, tem implementado uma serie de medidas com a finalidade de assegurar mais recursos para o credito rural. Entretanto, se esse crédito ainda não chegou até os produtores é porque a transação bancária para liberar tais recursos requer analise de cada caso e isso não deixa de ser processo burocrático para credito rural, mas indispensável, para os agentes financeiros.
Por sua vez, os agentes financeiros estão receosos de emprestar esse dinheiro aos produtores rurais sem qualquer garantia de que a atual safra vá dar lucros para que os produtores tenham condições de lhes pagar os empréstimos, pois são os bancos, no final das contas que correm, junto com os produtores, todo o risco do fracasso que possa haver.
Assim sendo, é de suma importância que, neste momento crucial das finanças no mundo, e nos nossos negócios, o Governo Federal se municie de meios que possam garantir a renda dos produtores rurais, usando, para isso, operações oficiais de equalização e de sustentação de preços dos produtos agrícolas, como Prêmio Equalizador pago ao Produtor Rural – Pepro e as operações de AGF e EGF.
Para isso, é indispensável que o preço mínimo dos produtos agrícolas seja revisto com base nos custos atuais de produção e é também imprescindível que o Congresso Nacional, ao apreciar o Orçamento Geral da União para 2009, suplemente os recursos orçamentários destinados à sustentação dos preços agrícolas para o produtor e sua renda. A proposta de orçamento encaminhada pelo Governo Federal ao Congresso Nacional não contempla recursos suficientes para custear essas operações, dentro das novas necessidades.
Essa providências devem ser tomadas com a máxima urgência para que, com recursos assegurados no Orçamento Geral da União para operações de sustentação de preços e de Renda dos produtores rurais, os agentes financeiros tenham mais segurança e mais garantia ao emprestar recursos, evitando, assim, o agravamento da crise que uma frustração na safra possa provocar em toda a economia.
A Granos Corretora informa que está atendendo em novo endereço: Av. Presidente Vargas, 701 – Centro – Caarapó/MS. (67)3453-2927 / 9976-5254