2008-10-20 23:10:00
Mato Grosso do Sul deve receber cinco missões técnicas até o fim do ano para averiguar a situação sanitária animal do Estado com vistas à importação de carne bovina. A informação é do diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal e Vegetal), Roberto Bacha. Vêm técnicos do Chile, da OIE (Organização Internacional de Epizootia), da Europa, China e da África do Sul.
Mas ainda não há data agendada para nenhuma visita, disse Bacha, afirmando apenas que acontecerão até fim do ano ou no início de 2009. O Estado tomou as providências necessárias para receber as visitas técnicas. A intenção é convencer esses países de que é seguro consumir a carne bovina produzida aqui, que o risco de contaminação por febre aftosa foi completamente debelado e a fiscalização é rigorosa no sentido de evitar aborrecimentos futuros.
Todas as missões são importantes, mas uma é especial: a chilena. O Chile não consome carne brasileira, é um mercado exigente e que paga bem. Mato Grosso do Sul está de olho nesse mercado, que está em franco crescimento com a melhora da economia chilena.
A Europa já sinalizou que pode comprar carne de Mato Grosso do Sul, essa primeira inspeção após a OIE ter reconhecido o rebanho local como livre da febre aftosa com vacinação é o passo definitivo para reconquistar esse mercado. Após isso, havendo a aprovação dos técnicos, as fazendas do Estado poderão se cadastrar para exportar. A Europa exige que o rebanho seja rastreado.
Já a China é cobiçada pelo mundo todo. O governador André Puccinelli (PMDB) disse que o mercado chinês muito interessa ao Estado, quer seja para a venda de carne ou de qualquer outro produto. Ele lembrou que o governo não lucra com a exportação, pois é isenta do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), mas para a economia local é fundamental.
Campanha- Começou hoje e se estende até o dia 20 de dezembro a campanha de vacinação contra a febre aftosa, a primeira depois que o Estado reconquistou a certificação de área livre da doença, com imunização. O lançamento aconteceu na Embrapa Gado de Corte com a presença do governador André Puccinelli, demais autoridades e lideranças do agronegócio.
O Estado pretende vacinar 21,7 milhões das 22,5 milhões de cabeça de gado existente. A antecipação da campanha, prevista para iniciar em novembro, gerou reclamações de alguns setores, mas tudo foi resolvido, disse Bacha. Quem não gostou foram os pecuaristas que haviam agendado leilões ou precisavam entregar lotes para o abate no período. O diretor da Iagro garantiu que os problemas foram pontuais e todos resolvidos.
O cronograma de vacinação é diferente para o Planalto, o Pantanal e a ZAV (Zona de Alta Vigilância), localizada na fronteira com o Paraguai e a Bolívia. De 20 de outubro a 20 de novembro, a vacinação acontece na região do Planalto. Para os pecuaristas do Pantanal (que optam pela vacinação em novembro) o prazo vai de 20 de outubro a 05 de dezembro.
Na ZAV (Zona de Alta Vigilância), a aplicação das doses da vacina começa em 20 de novembro e segue até 20 de dezembro. No começo de outubro, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) divulgou novas normas sobre a produção de vacinas contra a febre aftosa. Para Bacha, isso representa um ganho para o Estado.
“O Ministério tem procurado difundir o uso de uma vacina com qualidade, uma vacina mais purificada. Isso não significa, necessariamente, que a vacina é mais eficiente que outras, mas que as novas vacinas não confundem reações imunológicas – naturais devido a aplicação das doses – com reações da doença propriamente dita, o que alarmava os produtores rurais”, explica o diretor-presidente da Iagro.
