2008-10-16 08:07:00
A região do Cone-sul (onde estão os cinco municípios com agricultores familiares beneficiados pelo decreto federal número 6.597/2008) receberá intenso apoio assistencial para retomar a produção leiteira e diversificar a agricultura.
Com o atendimento do governo federal à solicitação liderada pelo governo do Estado para abater a dívida dos pequenos produtores afetados pelas medidas de contenção da febre aftosa, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) vai agora retomar os serviços de extensão e assistência.
Desde a publicação do decreto, os técnicos da Agência começaram mobilizações visando informar sobre o rebate concedido de 95% e a necessidade de procurar o mais rápido possível o Banco do Brasil para quitar os 5% restantes e negociar novo financiamento. Segundo o diretor-executivo da Agraer, José Alexandre Tranin, já aconteceram oito reuniões em Itaquirai, duas em Iguatemi e Japorã, e uma em Mundo Novo e Eldorado.
Os encontros reuniram sindicatos de trabalhadores e membros de cooperativas, e contaram com participações de representantes das prefeituras, Câmaras de Vereadores, Banco do Brasil e do Getin (grupo de trabalho intermunicipal).
“Explicamos sobre o benefício, e orientamos sobre a agilidade necessária no contato com o banco para fazer o rebate, para que possa ter direito a novo financiamento”, conta Tranin. As equipes irão também aos assentamentos, para levar os mesmos esclarecimentos a grupos de agricultores familiares assentados e tradicionais.
Relatos dos técnicos agrícolas que estão participando dos encontros nos cinco municípios são de que os agricultores familiares demonstram novo ânimo. Alguns deles já tinha obtido direito a rebate parcial, mas em índices bem menores ao estipulado na nova resolução.
Pelo decreto 6.597, o rebate de 95% deve ser aplicado sobre o valor total, e sobre os 5% restantes vai ser aplicado mais o percentual de desconto a que o produtor já tinha direito, o que torna bem pouco o saldo a pagar.
ALÍVIO NA DÍVIDA- O alívio da dívida que ficou impossível de quitar, em função das perdas provocadas pela aftosa, vai permitir a contratação de novos financiamentos. O diretor da Agraer explica que, com a recuperação da capacidade produtiva, deve ser retomada produção leiteira, uma vocação natural daquela região.
Associada a essa pecuária, haverá incentivo e assistência para diversificar, dando aos agricultores familiares alternativas agrícolas. As culturas escolhidas são a mandioca, o milho, a erva-mate e a fruticultura em geral. “Depois também pode entrar a piscicultura, mas como agora é época de plantio, o forte é a agricultura”, explica Alexandre Tranin.
ASSISTÊNCIA- A retomada da pecuária leiteira vai ser feita com assistência direcionada a agregar tecnologia e cuidados sanitários e ambientais à produção. Um seminário está sendo programado especialmente para tratar desse tema e deve ocorrer entre novembro e dezembro.
A implementação das novas culturas agrícolas também vai ser feita de forma assistida. Conforme o diretor da Agraer, estão sendo preparadas ações de extensão rural, na qual grupos de produtores são reunidos para receber informações e encaminhamentos, discutir, tirar dúvidas.
“E a Agraer também vai elaborar projetos técnicos. Nossa intenção é não esperar o produtor procurar o escritório, mas ir até ele”, concluir José Alexandre Tranin.