2008-09-09 13:49:00
Milho e trigo foram os destaques de produtividade da safra de grãos 2007/2008, conforme levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Com uma produção de 58,58 milhões de toneladas, o milho quase atingiu os valores da soja – que é o grão mais produtivo e fechou o ano com 60,05 milhões de toneladas. Os números referentes ao milho ainda podem subir ainda mais com a colheita da safrinha no Nordeste, que será finalizada este mês.
Já o trigo, apesar de ainda estar longe de ter produtividade suficiente para atender à demanda interna – que seria em torno de 10,5 milhões de toneladas – apresentou crescimento 71,2% em relação à safra passada, com 3,82 milhões de toneladas.
“Há alguns anos, o Brasil estimulou a colheita de trigo, o produtor compareceu, produziu, e depois não teve como concorrer com os preços aviltados da Argentina e do Canadá”, disse o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi, para explicar o porquê da oferta não ser suficiente.
“Esse resultado apresentado agora, mostra que o governo brasileiro voltou a estimular esse cultivo, garantindo que o produtor não vai perder dinheiro com o trigo”, completou Rossi.
Outro dado que mereceu destaque no balanço da safra de grãos – que foi a maior da história com 143,87 milhões de toneladas – está relacionado à produção de arroz.
O ministério havia estimado crescimento na área plantada no Centro-Oeste, para balancear geograficamente a produção, que, atualmente, está concentrada 70% na Região Sul.
Mas, apesar de a safra 2007/2008 de arroz ter aumentado 7%, com 12,11 milhões de toneladas, a queda no preço fez com que a concorrência com a soja fosse desvantajosa para os produtores.
“Essa dependência de todo o país com o Rio Grande do Sul [que respondeu sozinho por 7,36 milhões de toneladas], para um cenário futuro, pode ser preocupante, principalmente pelo fato de o arroz ser um componente tão relevante na mesa do brasileiro”, alertou o diretor de Logística e Gestão da Conab, Sílvio Porto.
Segundo ele, o problema está na localização geográfica do principal estado produtor de arroz, que faz com que ele esteja distante do resto do país e o transporte seja feito, principalmente, por via rodoviária.
Mesmo com o aumento na produção, Porto anunciou que o governo deve por à venda, até o fim do ano, 100 mil toneladas do estoque público de arroz por mês. O objetivo é baixar o preço ao consumidor.