2007-02-20 10:17:00
O engenheiro agrônomo João Paulo de Moraes, da Gerência de Oleaginosas e Produtos Agrícolas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), classificou como “tranqüilo” o cenário de comercialização da soja, principalmente porque os Estados Unidos, maiores produtores do grão, estão reduzindo sua área de plantio de soja para aumentar a de milho, utilizado na produção de biocombustível.
“O deslocamento do produto [commodity] para a produção de energia tem dado ao produtor de soja uma margem de tranqüilidade para a comercialização”.
De acordo com ele, a competição da soja com o milho e a questão da bioenergia e produção do biodiesel no Estados Unidos têm aumentado o preço do óleo de soja. Ele ressalta que os produtores de soja brasileiros devem aproveitar esse momento de aumento de preços e fechar negócios para vender a sua produção. “Quando eles fecham negócios agora, têm uma certa rentabilidade. O custo de produção, de uma maneira geral, está um pouco menor do que nas safras anteriores por causa da questão do dólar em relação à época do plantio”, explicou.
Em entrevista à Agência Brasil, João Paulo Moraes avaliou que pesquisa divulgada na semana passada pela Embrapa Cerrados (unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), segundo a qual 61% do cerrado ainda conserva a vegetação original, aumenta as chances de o Brasil ampliar a produção de soja dentro desse bioma.
Moraes disse que, apesar de passar por um bom momento, a expansão do plantio de soja no Brasil pode ser freada por falta de infra-estrutura. “Nós temos o potencial, temos a tecnologia e temos a área disponível, mas nós temos uma limitação muito grande em termos armazenagem, logística de escoamento e estrutura portuária”.
De acordo com o gerente da Conab, 75% das mais de 50 milhões de toneladas de soja que o Brasil produz por ano são destinadas à exportação. Desse total, 50% são grãos e o restante, farelos e óleo.