2008-08-07 00:17:00
Os preços internacionais da soja caíram 20% em média nas duas últimas semanas, por causa das projeções de aumento da safra norte-americana do grão para mais de 81 milhões de toneladas na safra 2008/2009.
Com isso, caíram também os preços internos em torno de 17%, segundo informou o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner.
De acordo com Schreiner, o estrago só não foi maior para o sojicultor brasileiro porque os produtores já negociaram mais de 90% da soja colhida neste ano e a cotação internacional “ainda permanece acima dos preços históricos da soja”.
A grande preocupação é com a possibilidade de redução de produtividade da lavoura, nas próximas safras, devido aos “preços muito altos dos fertilizantes e adubos”, afirmou Schreiner, que também preside a Federação da Agricultura de Goiás.
Ele disse que os custos de produção da soja subiram até 54%, dependendo da região e relevo do solo. O aumento foi provocado principalmente pela majoração de 136% no preço do fertilizante, em comparação ao ano passado, e do adubo formulado básico para soja, que ficou 87% em média mais caro que no plantio de 2007.
Na opinião de Schreiner, os custos “podem comprometer a rentabilidade da lavoura”. A queda nas cotações da soja, associada à “volatilidade absurda" do mercado e à retração do crédito, cria um cenário no qual “o produtor terá maior preocupação no plantio da próxima safra e poderá reduzir o uso de tecnologia”. Para ele, tal quadro concorre fortemente para reduzir a produtividade nacional da cultura de soja.
