2007-02-07 09:45:00
Perda de rentabilidade acentuada, aumento de custo para os pecuaristas e dificuldade em combater doenças do rebanho foram apontadas hoje pelo Fórum Nacional Permanente da Pecuária como determinantes para o impacto nas exportações de carne pelo Brasil. Os fatores foram apresentados pela CNA (Confederação Nacional de Agricultura),que apontou aumento de 32,09% do COT (Custo Operacional total) da pecuária entre janeiro de 2003 e dezembro de 2006. Somente em 2006, o aumento do índice foi de 4,8% no País.
De acordo com os Indicadores Pecuários divulgados hoje pela CNA, houve aumento também no COE (Custo Operacional Efetivo), que valorizou 5,7%. O COE representa os desembolsos mensais com salários, insumos, energia elétrica, sal mineral e medicamentos veterinários, entre outros. Paralela à valorização dos índices, o preço da arroba do boi caiu 9,57%, ficando apenas 1% maior nos Estados ano passado. Com tantos fatores desfavoráveis, a perda de margem da atividade ficou em 42%.
No aumento de custos ao pecuarista estão diversos fatores que passam desde gastos maiores com implementos e vacinas, até o valor da mão de obra. Em 2006, as vacinas tiveram impacto de 8,7% no custo ao produtor, as máquinas e implementos 7,26% e os combustíveis e lubrificantes 6,03%.
Somente a mão-de-obra representou alta de 16,67% nos custos ao pecuarista ano passado, fazendo com que os salários representassem 22,76% do total da produção de corte. Na avaliação da CNA, os aumentos no custo de produção e a inflação de 3,8% (Índice Geral de Preços – Mercado) do período foram responsáveis pela queda do PIB (Produto Interno Bruto) da pecuária, cujo recuo foi de 3,64%, gerando perda de 3,3% ao produtor.
Outra situação que causou apreensão aos produtores foi o foco de febre aftosa que desde 2005 mantém Mato Grosso do Sul distante do certificado de área livre da doença com vacinação, problema que também atinge o Paraná. Em janeiro, representantes dos dois Estados decidiram unir forças contra a aftosa, mas o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária da CNH, Antenor Nogueira defende um programa sanitário conjunto para as fronteiras do País.
