2008-03-28 16:51:00
A substituição dos encargos inadimplemento da taxa Selic mais 1% ao ano por IPCA mais 6% a.a., uma das sugestões do governo Federal para o fim do endividamento agrícola, não compensa para os produtores rurais, comenta o especialista em recálculo e advogado, Carlos Alberto Pereira. Ele esteve ontem na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Dourados, falando sobre a importância do recálculo para a quitação de dívidas rurais.
“O problema é que hoje, com os debates em torno da renegociação das dívidas, não se calcula o efeito das decisões. O produtor acha que pode ser uma boa oportunidade para quitar o débito, mas não percebe que pode pagar ainda menos se fizer o recálculo”, comentou o especialista.
O advogado mostrou que com a diferença entre os dois encargos de inadimplemento gera uma economia para o produtor rural de 1,57% a.a., ou seja, quem deve R$ 100 mil, terá um desconto de R$ 1.570. “O efeito dessa medida é nenhum”, destaca.
O especialista também frisou em sua palestra que o advogado precisa orientar os produtores rurais, interessados em quitar seus débitos. “O advogado precisa saber avaliar o que é melhor para seu cliente. De repente as medidas da renegociação do governo Federal não representam perdas menores para o agricultor endividado e o meio jurídico, com o recálculo, é a melhor garantia”, aponta.