2007-01-31 15:37:00
O foco de febre aftosa existente no departamento de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, pode complicar a defesa de Mato Grosso do Sul junto à OIE (Organização Internacional de Saúde Animal). “Acaba confirmando o que já se imaginava, que o Conesul é uma zona endêmica para a doença”, diz o diretor-técnico substituto da SFA (Superintendência Federal de Agricultura), Orasil Romeu Bandini.
Antes mesmo de ter ocorrido o foco, no dia 23 de janeiro, quando esteve em Campo Grande o chefe da Comissão Técnica das Américas para a OIE (Organização Internacional de Epizootias), Jamil Gomes de Souza, indicou que a retomada do status sanitário por Mato Grosso do Sul era uma incógnita. Jamil está hoje em Paris, para defesa do Estado na OIE. Com o episódio pode se prolongar a agonia vivida pelo setor pecuário, que teve retração de 83% nas exportações ao longo de 2006 comparadas a 2005. O problema começou em outubro de 2005, após confirmações de focos de febre aftosa em Eldorado, Mundo Novo e Japorã, na região de fronteira com o Paraguai.
Orasil afirma que em um primeiro momento o impacto do foco na Bolívia diante do mercado internacional pode ser danoso, mas que, por outro lado, pode ser um estopim para que sejam efetivamente adotadas medidas conjuntas entre os Países para erradicar a febre aftosa.
“Pode forçar uma decisão conjunta. Se existe a circulação viral o problema tem de ser enfrentado de frente e ser prioridade zero”, acredita. Caso ocorra um trabalho efetivo que elimine o vírus, observa, os países da América do Sul poderão então requerer o status de área livre sem vacinação e com isso obter valorização da carne como é o caso dos que estão nesta condição.
Orientação – Superintendentes federais de Agricultura de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre estão reunidos esta manhã no Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária onde recebem orientações de ações que devem ser adotadas e intensificadas para evitar a entrada do vírus da febre aftosa encontrado na Bolívia. São três focos que ameaçam rebanhos que totalizam 115 mil cabeças.
O superintendente federal de Mato Grosso do Sul, Orlando Baez, deve aproveitar para pedir recursos para as ações que estão sendo adotadas na fronteira.