2008-01-18 18:41:00
Os frigoríficos de Mato Grosso do Sul receberão na próxima semana oito agentes de inspeção sanitária da Rússia que realizarão uma auditoria visando reabilitá-los para a exportação de carne bovina. Nesta sexta-feira (dia 18), os governos do Brasil e da Rússia assinaram o acordo de regras sanitárias para a certificação e a produção de carnes exportadas para aquele país.
Além de Mato Grosso do Sul a missão russa visitará outros 10 estados e o Distrito Federal, também com o objetivo de reabilitar os frigoríficos para a exportação, após terem sido embargados pelo governo russo entre 2005 e o ano passado, por causa do surgimento de casos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná. Neste período, apenas animais do Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia, Santa Catarina e de uma área do sul do Pará estavam sem embargo.
A Rússia é o maior cliente individual de carnes do Brasil, com um comércio, em 2007, de 5,5 milhões de toneladas e um faturamento de US$ 3,38 bilhões. Da receita total, US$ 2 bilhões correspondem às exportações de carnes bovinas. O Ministério da Agricultura não soube informar quantas unidades frigoríficas exportam para a Rússia atualmente, mas garantiu que mais 200 tinham negócios com aquele país até 2005.
O acordo foi assinado hoje em Berlim, na Alemanha, pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, e por Sergei Dankvert, chefe do Serviço Fitossanitário e Veterinário da Rússia. Kroetz encerrou na Alemanha uma visita técnica pela Europa, na qual assinou ainda com o governo da Espanha um memorando para a harmonização de normas de rastreabilidade bovina entre os dois países.
As novas regras de garantias sanitárias para a certificação e a produção de carnes exportadas para a Rússia prevêem que as inspeções nos frigoríficos e nos portos sejam feitas pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal) do governo brasileiro, atribuições antes realizadas pelos russos.
Os russos seguirão com a fiscalização na entrada da carne brasileira nos portos locais e ainda farão auditorias periódicas de habilitação no Brasil, como a da próxima semana. Se a carne for rejeitada pelo mercado russo, o exportador terá de arcar com custos com a perda do produto e ainda com o frete de retorno da mercadoria refugada.