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sexta-feira, 29 de março de 2024

Produtores e poder público discutem impacto da seca em Amambai

2019-02-05 13:28:00

Vilson Nascimento

Uma reunião com a presença de diretores da entidade ruralista, representantes de cooperativas agrícolas, escritórios de assistência técnica, da prefeitura e da Câmara Municipal local, além da Defesa Civil, discutiu na noite dessa segunda-feira, 4 de fevereiro, no salão de eventos do Sindicato Rural (SRA), o impacto da falta de chuva que vem afetando a agricultura e na pecuária em Amambai, fator que também irá gerar impacto direto no comércio e na economia do município.

O impacto maior está na cultura da soja. Segundo o técnico agropecuário Sérgio Costa Curta, do escritório de assistência técnica agrícola Agrotec, que contribui com o fornecimento de dados da agricultura de Amambai para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o município já registrou uma perda média irreversível, ou seja, que não tem mais como recuperar, de cerca de 33% na cultura da oleaginosa, índice este que aumenta a cada dia sem chuva

De acordo com técnicos da unidade da Coamo Agroindustrial Cooperativa, em Amambai, os produtores ligados comercialmente a cooperativa já colheram cerca de 40% da safra 2018/2019 e pelos números apresentados até agora já apontam para uma perda média de cerca de 40% na cultura da soja, números semelhantes apontados por representantes da  C. Vale Cooperativa Agroindustrial e da Coopersa (Cooperativa Agroindustrial Amambai), que no ato foi representada pelo seu presidente, Erny da Silva Agostin.

Pecuária também está sendo afetada

Em primeiro momento o impacto da falta de chuva é notório na agricultura, sobretudo na soja, cultura que ocupa praticamente cem por cento da área plantada na safra de verão, em Amambai, mas a falta de chuvas nesta época do ano, que é conhecida como “período das águas” na região, também afeta o desenvolvimento das pastagens, vindo a impactar na pecuária principalmente lá na frente, no período de inverno, quando a pastagem não cresce em virtude das condições climáticas e o gado fica sem massa (capim seco) para se alimentar.

Segundo o produtor rural Christiano da Silva Bortolotto apesar de o impacto da seca nesse período se refletir com mais veemência no decorrer do inverno, alguns pecuaristas de Amambai já estão enfrentando problema com falta pastagens agora.

Por conta das condições climáticas, a falta de chuva regular aliada a um calor descomunal, que afetou a soja e também as pastagens, não está havendo brotação do capim, fator que já começa deixar o gado sem alimento em algumas propriedades.

Grande impacto na economia, dizem prefeito e presidente da Câmara

O prefeito de Amambai, Edinaldo Bandeira, bem como a presidente da Câmara Municipal local, vereadora Janete Córdoba, que estavam presentes na reunião acompanhados por secretários municipais, destacaram importância do setor produtivo para a economia do município, sobretudo na geração de empregos e na arrecadação da municipalidade e colocaram o poder público à disposição para intervir na busca por meios para amenizar o impacto da estiagem prolongada.

Preocupação é com o produtor, diz SRA

Uma das preocupações do Sindicato Rural de Amambai em relação a frustração de safra, que atingiu praticamente todos os agricultores do município, alguns de forma mais intensa e o futuro impacto da seca no setor da pecuária é buscar meios para manter o poder de investimento e produção da categoria.

Só o Banco do Brasil, que também estava representado na reunião, tem investido com recursos do FCO (Fundo para o Desenvolvimento do Centro-Oeste) R$ 165 milhões na agricultura e na pecuária em Amambai.

O Sindicato Rural alerta que o produtor não pode perder o crédito e consequentemente esse poder de investimento, sob o risco de ter que reduzir a produtividade, impactando a sociedade na geração de emprego e renda e diretamente no comércio e na economia do município, já que praticamente tudo em Amambai, desde o comércio até a prestação de serviço depende direto ou indiretamente do agronegócio.

Busca por apoio governamental

Com os índices elevados de perda e com tendência em aumentar ainda mais na agricultura e um futuro incerto em relação a pecuária, o Sindicato Rural de Amambai, juntamente com os demais segmentos como cooperativas agrícolas e o Poder Público, por exemplo, estão formalizando um documento, inclusive com laudos, elaborados em conjunto pelas cooperativas, escritórios de assistência técnica e a Coordenadoria Municipal da Defesa Civil, na reunião representada pelo seu coordenador local, o subtenente do Corpo de Bombeiros, Wilson Vicente Ferreira, para ser encaminhado aos setores governamentais informando o risco de colapso financeiro no agronegócio, em Amambai, caso o setor não receba atenção do Estado e da União.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Amambai, Rodrigo Ângelo Lorenzetti, o documento, elaborado com supervisão do procurador jurídico do SRA, Dr. André Vicentim e tem por objetivo conscientizar o governo e as instituições bancárias em relação a necessidade de se aplicar um  tratamento diferenciado aos produtores impactados para que possam cumprir seus compromissos sem reduzir crédito e capacidade de investimento, será encaminhado ao governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja e a ministra da agricultura, Tereza Cristina, entre outras representações.  

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