2018-09-27 09:02:00
Uma pesquisa realizada pelo professor de Botânica da Universidade de Wisconsin-Madison, Simon Gilroy, em parceria com o pesquisador Masatsugu Toyota e outros cientistas da Agência de Ciência e Tecnologia do Japão, da Michigan State University e da University of Missouri, utilizaram um sistema de luz para entender como as plantas enviam sinais de perigo. De acordo com Gilroy, o neurotransmissor glutamato ativa uma onda de cálcio quando a planta é ferida.
“Sabemos que existe esse sistema de sinalização sistêmica e, se você for ferido em um lugar, o resto da planta acionará suas respostas de defesa. Mas não sabíamos o que estava por trás desse sistema. Sabemos que, se você enrola uma folha, recebe uma carga elétrica e obtém uma propagação que se move pela planta. O que desencadeou essa carga elétrica e como ela se movia pela planta era desconhecido”, comenta.
Segundo os pesquisadores, o cálcio sempre foi a principal aposta sobre qual nutriente seria responsável pelo aviso dos ataques. No entanto, ele é considerado efêmero e, sendo assim, os cientistas nunca conseguiam acompanhar a sua atividade exatamente quando ela acontecia, precisando ser criado algum mecanismo de observação em tempo real.
Nesse cenário, Toyota desenvolveu plantas que mostravam o cálcio em uma nova luz, com as plantas produzindo uma proteína que apenas “acende” em torno do cálcio, permitindo que os pesquisadores acompanhem sua presença e concentração. Para os testes eles utilizaram mordidas de lagarta (como a que pode ser conferida no vídeo abaixo), corte de tesouras e ferimentos esmagadores.
O estudo conecta décadas de pesquisas que revelaram como as plantas, muitas vezes vistas como inertes, respondem dinamicamente a ameaças preparando tecidos distantes para lidar com futuros ataques. O glutamato influenciando o cálcio leva a produção de hormônios de defesa e crescimento alterado, tudo sem o sistema nervoso.