2018-06-27 13:02:00
A nova análise do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), divulgada esta semana pelo Observatório do Clima (OC), mostrou que o gado foi responsável por 17% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil em 2016. De acordo com os dados, naquele ano o rebanho bovino emitiu cerca de 392 milhões de toneladas de gás carbônico.
No que se refere aos gases que provocam o efeito estufa, a criação bovina representou 79% de tudo o que foi emitido no setor da agropecuária em 2016. Segundo a pesquisa, se o rebanho bovino brasileiro fosse um país, seria o 17° maior poluidor do mundo, isso tudo excluindo os fatores externos de poluição como o desmatamento.
“O setor de Agropecuária chega a ser responsável por quase 70% das emissões brasileiras quando as emissões de outros setores relacionados com a produção agropecuária são contabilizadas. São elas: emissões provenientes do desmatamento para expansão agrícola e pecuária, do uso de combustíveis fósseis na agropecuária e do tratamento de efluentes da agroindústria”, diz parte do relatório.
No entanto, o pesquisador da área de Clima e Cadeias Agropecuárias do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Ciniro Costa Junior, garante que a pecuária é o setor que mais tem potencial para reverter a poluição. Segundo ele, existem estratégias de produção de baixo carbono que podem direcionar as ações governamentais no futuro.
“Alguns estudos indicam que os setores da pecuária e do uso da terra poderiam ser responsáveis por até 30% da mitigação de carbono que o País precisa para reverter o quadro de mudanças climáticas. Isso é bastante interessante porque pode ser utilizado em estratégias para o cumprimento das metas do Acordo de Paris, assinado pelo Brasil em 2015”, finaliza.