2007-01-23 01:39:00
O laboratório da Copasul já diagnosticou 25 focos de ferrugem asiática em lavouras de soja em Naviraí e região. O laboratório foi montado para atender aos produtores do Cone Sul, e diagnosticar não só a ferrugem asiática, mas também, outras doenças que atacam as lavouras de soja. O engenheiro agrônomo Murilo Nascimbeni San Martin disse que na segunda quinzena de dezembro, em média, três a quatro produtores iniciaram a entrega de amostras para a realização das análises. “De lá para cá o número de consultas aumentou, e acreditamos que pode crescer ainda mais nos próximos dias, devido ao aumento da umidade relativa do ar e a chegada dos estágios reprodutivos das plantas, que são algumas das condições favoráveis ao surgimento da ferrugem”, explica o engenheiro. As variações de temperatura, entre chuvas e o calor intenso entre uma precipitação pluviométrica e outra, apontadas como fatores ideais para o surgimento de focos da ferrugem asiática, estão acontecendo diariamente em Naviraí e outras regiões do Estado. Com isso, a doença já atinge lavouras em 11 municípios de Mato Grosso do Sul. Houve registros em Chapadão do Sul (8), Dourados (3), Naviraí, Sidrolândia (2), Laguna Caarapã, Aral Moreira, Antônio João, Ponta Porã, Coronel Sapucaia, Costa Rica e Fátima do Sul (1), totalizando 22 ocorrências. De acordo com Murilo, em Naviraí, os produtores estão entregando cerca de dez folhas recolhidas entre as mais velhas das áreas dos “baixeiros” das plantas e estão sendo colocadas em sacos plásticos (distribuídos pela Copasul), nos quais devem fazer a identificação da propriedade e do proprietário, cultivar, data do plantio e estágio de desenvolvimento da lavoura. Os produtores estão sendo orientados a realizar a coleta das folhas em áreas mais protegidas contra o vento, a armazenar as folhas coletadas em saco plástico, com um pouco de umidade (se a folha estiver seca, deve ser adicionado o papel toalha úmido). O laboratório montado na Copasul está credenciado pela Embrapa Soja (Londrina-PR) e integra o Sistema de Alerta do Consórcio Antiferrugem. Além de diagnosticar a ferrugem, o laboratório irá atualizar o banco de dados da rede de comunicação. O objetivo é informar a assistência técnica pública e privada sobre problemas detectados durante a safra; orientar quanto a possíveis soluções e captar informações sobre o desempenho da safra nas várias regiões produtoras. Ao Diário MS, o engenheiro comentou que a ferrugem provoca perdas consideráveis na produção da soja. “Há casos em que a ferrugem resulta em 100 por cento de perca da lavoura, por isso, a importância de diagnóstico, para que o sojicultor possa adotar procedimentos visando impedir o avanço da doença”, explicou Murilo San Martin.
