2007-12-15 17:29:00
Com aumento de 17% em relação a 2006, o saldo da balança comercial do agronegócio brasileiro deverá fechar o ano em nível inédito.
A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) divulgou que, em 2007, as exportações do setor totalizarão US$ 58,5 bilhões e as importações, US$ 8,5 bilhões, resultado num superávit de US$ 50 bilhões.
De janeiro a novembro, de acordo com a CNA, as exportações de carnes e derivados cresceram 29,7%, com destaque para o frango, que apresentou aumento de 16% no volume enviado ao exterior e de 23% nos preços pagos pelo produto. O complexo soja (que inclui os grãos e seus derivados) totalizou US$ 10,81 bilhões exportados até novembro, com os melhores preços dos últimos 34 anos.
Em termos percentuais, o produto que teve maior ganho em exportação foi o milho (307% de janeiro a novembro), em conseqüência do aumento do uso do grão nos Estados Unidos para a produção de etanol, o que estimula a compra de outros países, como o Brasil.
O assessor técnico da comissão de comércio exterior da CNA, Antônio Donizeti Beraldo, avalia que as perspectivas para que o bom resultado se repita em 2008 são favoráveis, a começar pela previsão de 3,7% de crescimento da economia mundial, concentrado principalmente em regiões de grande contingente populacional.
“Isso gera um aumento do consumo mundial de produtos agrícolas. Com o uso de matérias-primas para biocombustíveis cada vez mais intenso, os preços internacionais devem continuar elevados e nossa produção interna tem excedentes exportáveis”, argumentou Beraldo.
Apesar das perspectivas favoráveis, a CNA apontou fatores que podem ameaçar a repetição do índice de 2007.
A entidade destaca a adoção de políticas protecionistas por países desenvolvidos, a valorização do real e os gargalos na infra-estrutura. A confederação também defende o não-contingenciamento de recursos para investimentos em defesa sanitária animal, para garantir a qualidade da carne bovina.
“É uma área ligada à saúde pública. Se ela ficar vulnerável, coloca em risco não só as exportações do setor produtivo com a saúde da população. O vírus da febre aftosa não aguarda o dinheiro ser liberado. Precisamos fazer o dever de casa para atender o crescimento da demanda internacional”, afirmou Paulo César Mustefaga, assessor técnico da Comissão de Pecuária de Corte da CNA.