2007-12-14 22:39:00
O Brasil planeja uma grande ação de promoção do setor nacional de carne bovina na União Européia em 2008. Esta será a resposta da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) a uma batalha que atualmente proíbe a entrada no continente de carne bovina vinda dos estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, devido a casos de febre aftosa. A operação de propaganda da Apex Brasil pode envolver até R$ 10 milhões.
O presidente da Apex Brasil, Alessandro Teixeira, não confirma os valores, mas critica a proteção dos produtores europeus, que cogitam inclusive aumentar as restrições ao produto brasileiro. Atualmente, segundo Teixeira, os produtores brasileiros chegam a enfrentar taxas de 176% para colocar carne bovina na Europa.
Mesmo assim, a União Européia comprou do Brasil este ano, até outubro, US$ 1,8 bilhão, ou 560 mil toneladas. O bloco compra mais do Brasil que o maior comprador individual, a Rússia, que no mesmo período importou US$ 1,4 bilhão, embora tenha comprado maior quantidade – 743 mil toneladas. Eles (União Européia) querem fazer a proteção de um setor que é arcaico, que não tem como competir em nível internacional e portanto está pagando um preço maior e por uma carne de pior qualidade para a população européia, frisou Teixeira, que participou hoje do I Encontro de Instituições de Promoção de Comércio e Investimentos da América Latina e Caribe, no Rio de Janeiro. A campanha deve ser aprovada para a União Européia, para desmistificar a qualidade do gado brasileiro.
De acordo com Teixeira, a missão européia que esteve no Brasil para fiscalizar o setor de produção de carne bovina do país – e que pode sugerir à administração européia novas medidas contra a carne brasileira – usou métodos errados de análise, pois partiu de padrões de inspeção para gado confinado, como o europeu, enquanto no Brasil o gado se alimenta de pasto, em grande terrenos. O presidente da Apex -Brasil criticou ainda a tentativa européia de tentar eliminar a compra de gado de grandes regiões, alegando risco de contágio entre rebanhos de diferentes estados. A estratégia que eles têm colocado é misturar as diversas regiões brasileiras, mas você não está em Liechtenstein, onde o gado atravessa a rua e sai do país. Estão falando do Brasil, que tem três vezes o tamanho da Europa. Nosso trabalho é incentivar cada vez mais os produtores para estarmos em eventos e feiras, para que o consumidor sinta que a carne brasileira é a melhor do mundo , afirmou Teixeira.