2018-02-15 09:02:00
Quase sempre associado ao uso intensivo ou irregular de defensivos agrícolas, o declínio da população de abelhas (Apis mellifera) pode estar sendo causado por outro vilão: um ácaro. É o que aponta o estudo intitulado “Parasita ácaro Varroa destructor: a principal ameaça às abelhas”, realizado pelo Doutorando Sammy Ramsey, da Universidade de Maryland.
De acordo com o trabalho, apresentado no ano passado, esse ácaro é o principal fator que afeta a população de abelhas em todo o mundo. De acordo com Ramsey, esse parasita se alimenta da parte inferior do abdômen da abelha, o chamado “tecido graxo”.
Segundo ele isso é significativo porque o essa parte do tecido do inseto não só armazena nutrientes, mas também é responsável por desintoxicar o corpo da abelha de pesticidas. Além disso, é a parte responsável por regular os níveis de hormônios que produzem a resposta imune primaria contra invasores microbianos.
Com essa nova descoberta, a indústria apícola poderá melhorar sensivelmente o controle e o tratamento contra o ácaro Varroa destructor, reduzindo assim o declínio de abelhas melíferas e garantindo colmeias resistentes ao parasita. Segundo o diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), José Graziano da Silva, algumas consequências provocadas pela morte de abelhas seria “um mundo sem polinizadores, sem diversidade de alimentos e, no longo prazo, sem segurança alimentar”.
De acordo com estudo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), “tudo indica que o aumento de incidência de Varroas, juntamente com o aparecimento [do fungo] Nosema ceranae, sejam as principais causas da alta mortalidade ou do desaparecimento de abelhas. Mesmo que sejam importantes, esses fatores isolados normalmente não causam danos expressivos. Os problemas que mais afetam a produtividade das colmeias são, na verdade, fruto de uma conjunção de fatores que ocorrem ao mesmo tempo”.
