2007-01-21 18:11:00
Ao contrário do que vem ocorrendo no mercado do Mato Grosso do Sul neste começo de ano, quando algumas leiloeiras revelaram dificuldades em encontrar animais para os leilões de cria, recria e engorda, o nosso vizinho de fronteira, o Paraguai, que até dezembro registrava preços melhores no Boi em pé, registra agora em janeiro queda de até 35% nos preços. A informação foi dada neste domingo pelo ex-presidente da ARP (Associação Rural do Paraguai), Dr. Juan Néstor “Tito” Núñez, ao jornal ABC Color.
Segundo a matéria, a queda no mercado paraguaio de gado em pé toma por base o valor de pico do preço que foi atingido em outubro de 2006, com G$ 7.500 o quilo vivo (em reais, o valor equivale a R$ 3,06 o quilo vivo). Comprando este patamar com o de hoje, a redução atinge entre 25% a 30%, chegando no caso da vacas, até a 35% de baixa nos preços.
“No novilho o preço que temos hoje é de G$ 5.100 o quilo vivo, (R$ 2,08 o quilo vivo) e alguns lotes chegam a G$ 5.400 a G$ 5.500 (entre R$ 2,20 e R$ 2,24), de maneira que se teve uma perca de 25%. Nas vacas, a variação foi brutal, em apenas quatro dias caíram praticamente 15%”, declara “Tito.
Segundo o pecuarista paraguaio, o que está ocorrendo é uma grande oferta no mercado interno, ou seja, o processo inverso do mercado brasileiro. “Há uma abundante oferta, e é a lei da oferta e da procura, os preços caem, mas queremos que esta baixa se transmita também ao consumidor”, destacou “Tito” Núñez.
Embora não saiba se a queda irá ou não atingir o mercado consumidor interno do Paraguai, o maior consumidor da carne produzida no país vizinho, a queda dos preços do gado em pé deve provocar uma mudança de sentido no histórico “trânsito” de gado na fronteira com o Brasil, já que por aqui há uma demanda muito grande e escassez de animais.
Com preços praticamente no mesmo patamar dos praticados no mercado do Mato Grosso do Sul neste início de ano, o trânsito de animais na fronteira entre os dois países deve começar a ficar interessante para os brasileiros.
