2018-01-25 19:02:00
A Associação Europeia de Bioplásticos, em Berlim, anunciou nesta semana que o uso de bioplásticos feitos de cana de açúcar, madeira e milho poderiam crescer cerca de 50% nos próximos cinco anos.
Segundo a entidade, que inclui as empresas Cargill e Mitsubishi Chemical Holdings Corporation, o abastecimento de matéria-prima para os plásticos que ambiciona a indústria petroleira começa a ser desafiado pelas empresas que fabricam garrafas plásticas no lugar de combustíveis fósseis.
Os bioquímicos e bioplásticos podem diluir uma parte da demanda pelo petróleo, considerou Pieterjan Van Eytvank, consultor no Wood Mackenzie, um grupo de pesquisa da indústria petroleira.
Basf, o gigante alemão, e a papeleira finlandesa Stora Enso recém começaram o negócio para satisfazer a demanda de clientes como Coca-Cola e Lego. De acordo com entidades europeias especializadas, os bioplásticos supõem 1% aproximadamente da indústria de plásticos.
Atualmente, as companhias Braskem, com base em São Paulo, NatureWorks, nos Estados Unidos, e Novamont SpA, na Itália, constitutem os principais produtores desses materiais. Analistas coincidem que o crescimento desse mercado poderia estimular inclusive a demanda de petróleo.
COMPETITIVIDADE
Os produtores de bioplásticos da UE estão cada vez mais preocupados com a dificuldade de competir com os seus pares nas Américas, devido em parte às tarifas elevadas que devem pagar pela matéria-prima: etanol. A questão ganhou muito interesse durante as negociações comerciais que estão ocorrendo entre a UE e o bloco "Mercosul" que representa produtores sul-americanos.
Em uma carta ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, produtores químicos europeus pediram à UE que renuncie às tarifas de importação de bioetanol utilizado exclusivamente para aplicações em produtos químicos intermediários.