2017-12-28 10:02:00
Os efeitos do La Niña demoraram vários meses para serem sentidos, mas devem perdurar por mais tempo que o normal. Este é o consenso de meteorologistas ouvidos pela BBC. "Desta vez o La Niña chegou muito tarde, no outono (do Hemisfério Norte), e não está claro se continuará se intensificando ou se irá se enfraquecer ainda mais, como aconteceu no inverno passado", diz William Patzert, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da Nasa, a agência espacial americana.
Segundo Patzert, o fenômeno costuma aparecer no verão do Hemisfério Norte, intensificando-se no outono e no inverno. Neste ano, porém, os primeiros efeitos começaram a ser notados apenas em novembro.
Para Patizert, é muito cedo para afirmar categoricamente, mas tudo indica que o La Niña está muito tranquilo este ano.
"Mesmo que tenha sido incomum sua aparição nessa época, ele tem se mostrado enfraquecido e não há sinais de que possa se intensificar", afirma.
Não é a primeira vez que isso acontece. No ano passado, o La Niña se manifestou por alguns meses e depois desapareceu sem grandes efeitos no clima mundial.
"Temos que esperar. O inverno deste ano na região norte dos Estados Unidos, por exemplo, parece ter se adiantado, e é algo que costuma estar associado a esse fenômeno", diz o especialista.
“Também são previsíveis secas no início do ano na zona sul dos Estados Unidos e na zona equatorial da América Latina", acrescentou.
Ele ainda ressaltou que o fenômeno não seria tão intensos como aconteceu com o El Niño entre 1997 e 1998.
"Ali houve uma ativação muito intensa também do La Niña. Entretanto, seu comportamento nos últimos tempos tem sido muito incomum. Após a nova ativação do El Niño em 2015 e 2016, o La Niña tem se mostrado especialmente fraco", diz.
"Ele está se comportando de uma forma muito atípica, então tem que haver cuidado em prever qual será o impacto neste ano. Por enquanto, o La Niña começou tarde e muito fraco."