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Centro britânico e Embrapa unem esforços para alavancar pesquisas sustentáveis

2017-12-05 02:01:00

Cientistas do renomado Rothamsted Research, com mais de 170 anos de existência, e da Embrapa se reúnem, em São Carlos (SP), nesta terça e quarta-feira (5 e 6), com uma missão ousada – identificar pesquisas em temas envolvendo a proteção inteligente de culturas, solos e sistemas integrados mais sustentáveis, que possam embasar uma cooperação científica entre as duas instituições e impulsionar a agropecuária brasileira e a internacional.

Os temas foram selecionados pela Coordenação de Cooperação Científica da Rothamsted Research, após análise de alinhamento com os portfólios da Embrapa.

A reunião de trabalho ocorre na esteira do Dia Mundial do Solo, comemorado anualmente em 5 de dezembro, numa iniciativa do Labex Europa (Laboratório Virtual da Embrapa no exterior), em parceria com o instituto britânico, localizado no Reino Unido (UK), e os dois centros da Embrapa na cidade são-carlense – Instrumentação e Pecuária Sudeste.

Essas Unidades atuam nos temas propostos para a cooperação, desenvolvendo pesquisas com metodologias e técnicas avançadas para a análise de solo, como a óptica e a fotônica, e sistemas sustentáveis, entre eles, o processo de Integração, Lavoura, Pecuária, Floresta (ILPF).

 A Embrapa Instrumentação sedia o evento, no qual dez pesquisadores do Rothamsted Research e 19 da Embrapa, de oito centros das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste vão unir esforços para superar o desafio de selecionar projetos que reflitam em contribuição para os dois países.

Em convergência com projetos em andamento no Sistema Embrapa de Gestão (SEG), poderão ser identificados até quatro projetos para receber o apoio do Newton Fund/BBSRC – Biotechnology and Biological Sciences Research Council e, assim, iniciar a cooperação.

Para o chefe-geral em exercício da Embrapa Instrumentação, Wilson Tadeu Lopes da Silva, o importante é a possibilidade de cooperação científica com uma instituição de excelência mundial. “A cooperação internacional é essencial para a superação dos desafios da agropecuária brasileira e cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, esclarece.

Esta opinião é compartilhada também pelo chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste, Rui Machado. “O evento representa uma grande oportunidade de interação entre equipes de alto nível focadas no desenvolvimento sustentável da agropecuária. É interessante ampliar as relações sinérgicas e convergentes na atuação em prol da pecuária intensiva e sustentável do Brasil”, afirma.

O coordenador do Labex Europa, Pedro Luiz Oliveira de Almeida Machado, conta que similar procedimento já foi realizado por Rothamsted com a China. “Somos felizardos de termos a possibilidade de realizarmos uma reunião desta natureza, neste formato diferenciado”, disse.

De acordo com Machado, há interesse da instituição britânica em contribuir para o desenvolvimento da agropecuária brasileira. “Eles esperam que já tenham projetos de pesquisa em andamento na Embrapa para que o Rothamsted Research venha se juntar a eles”, afirma ao lembrar que nessa modalidade será a primeira parceria da Embrapa.

No entanto, o coordenador do Labex Europa disse que esse tipo de arranjo é um fortalecimento da tradicional parceria que a Embrapa já mantém com a instituição britânica, que já sediou um pesquisador Labex, em Harpenden, no condado inglês de Hertfordshire, e tem se mostrado bastante satisfeita com as colaborações científicas com a empresa brasileira.

O Rothamsted Research também tem uma longa história de parcerias bem sucedidas no Brasil, incluindo iniciativas com empresas privadas e órgãos de financiamento, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

“Mas esta parceria de agora não é com o Brasil, com várias instituições. Selecionaram a Embrapa e isso é um reconhecimento da capacidade, da competência da nossa equipe, da qualidade das nossas pesquisas, dos nossos desafios, que são considerados também por eles de alta relevância”, afirma Machado.

Dinâmica

A oficina interativa será promovida de acordo com o conceito “Sandipit”, concebido pelo Conselho de Pesquisa de Engenharia e Ciências Físicas do Reino Unido (EPSRC), em 2003. O objetivo é inspirar propostas de pesquisa inovadoras e multidisciplinares.

Coordenada por Pedro Machado e pelos representantes do Rothamsted Research, Simon Vaughan e Nicola Yates, a oficina permite que, no primeiro dia os pesquisadores apresentem seus projetos de pesquisas e os principais desafios relacionados às suas áreas. Depois, no segundo dia são divididos em grupos.

No tema “proteção inteligente das culturas” estão envolvidos 14 pesquisadores, sendo 10 da Embrapa e quatro do Rothamsted Research, que já atua com um programa nesta linha. A proposta é monitorar e prever a propagação de pragas, ervas daninhas e doenças em tempo real, além de combinar soluções genéticas, químicas, ecológicas e estratégias agronômicas para a proteção das culturas.

O outro grupo, composto de 13 pesquisadores – 9 da Embrapa e quatro do Rothamsted – será responsável pelo tema “solos e sistemas sustentáveis”. Os dois grupos vão discutir oportunidades para projetos de pesquisa conjuntos e alinhados, que possam ser desenvolvidos em parceria.

Os projetos serão discutidos inicialmente nos dois dias de oficina, tendo uma versão preliminar até o final do encontro, mas serão finalizados no Reino Unido, onde serão revisados pelo Rothamsted Research. Só depois serão submetidos no dia 18 de dezembro. O anúncio da aprovação vai ocorrer no dia 9 de janeiro, sendo que os projetos terão de ser concluídos até 28 de fevereiro de 2019.

Atuação Labex
O Labex é um Laboratório Virtual da Embrapa no exterior, cuja iniciativa visa fomentar a cooperação científica e tecnológica com outros países. A ideia surgiu em meados da década de 1990, e teve o primeiro laboratório virtual implementado nos Estados Unidos (Labex USA), em 1998, junto ao Departamento de Agricultura do país.

O Labex Europa é baseado na associação “Agropolis International”, na cidade de Montpellier, França, onde foi instalado em 2002, quatro anos depois da unidade americana.

Machado acredita que o programa foi instituído para oferecer uma atuação eficiente, numa cooperação melhor estruturada, para buscar envolvimento de outros temas importantes e estratégicos para a Embrapa, diferentemente de uma cooperação individual, também importante, na qual o pesquisador de uma instituição articula projeto com outro colega de um centro de pesquisa.

O coordenador explica que uma atuação individual depende só de uma pessoa e de sua habilidade, correndo o risco de outro tema não ter a mesma sorte, porque pode ocorrer desconhecimento, uma dificuldade de buscar aproximação com pesquisadores que podem contribuir muito para o avanço de outros temas.

“O programa Labex oferece uma possibilidade de cooperação cientifica internacional melhor estruturada e mais abrangente, em diferentes temas, que se dependesse de uma ação individual do pesquisador poderia não ser contemplada”, pontua.

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