2017-08-01 13:02:00
Um movimento de produtores rurais, líderes políticos e presidentes de diversas entidades representativas do setor produtivo reivindicam mudanças na Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária. Batizada de “Muda CNA”, a iniciativa foi lançada semana passada em Rondonópolis (MT).
O movimento defende o fim da reeleição para a presidência da entidade, bem como o fim do salário para o mandatário – que segundo eles ultrapassa os R$ 70 mil. Os integrantes também pedem revisão em questões relacionadas à contribuição sindical e à modernização da Confederação.
De acordo com o “Muda CNA”, a entidade não tem cumprido com sua missão, definida em estatuto, de “representar, organizar e fortalecer os produtores rurais brasileiros, congregando associações e lideranças rurais e participando das discussões e decisões sobre a política nacional agrícola”.
“O que temos vivenciado na Frente Parlamentar da Agricultura é que discutimos com a base, levamos as demandas adiante e a CNA vai na contramão de tudo o que foi discutido. Não há diálogo e penso que temos que buscar sim uma nova direção. É preciso redesenhar o sistema CNA e eu levanto essa bandeira junto com vocês”, afirmou o deputado federal Adilton Sachetti (PSB), que teve suas palavras endossadas pelo senador José Medeiros (PSD).
“Nos últimos meses a CNA tem nos envergonhado e não tem representado a classe. O movimento pede mudanças e a modernização para que as coisas sejam tratadas com mais clareza e, de fato, a favor dos produtores, precisamos de uma verdadeira representante”, afirmou o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin.
Segundo o vice-presidente da Aprosmat, Carlos Augustin, “há casos de presidentes que se acomodam e fazem da Confederação, e algumas federações, sua carreira, pois com os altos salários não querem deixar o posto. No entanto, nós somos prejudicados, pois deixamos de ser ouvidos, não há diálogo e nem participação dos produtores nas decisões”, afirmou.
Para o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, a CNA precisa também de mudanças no estatuto: “Acredito que agora é um bom momento para iniciar essa mudança por um processo mais democrático dentro da instituição”. A manifestação foi convergente à do presidente da Famato, Normando Corral, segundo o qual a mudança pretendida “não é diferente da mudança que eu quero”.
A ideia do movimento é começar a se espalhar por todo país, na tentativa de mudar o estatuto com os pontos elencados pela comissão que lançou o “Muda CNA”. A Confederação terá novas eleições em novembro deste ano.
Apoiam ainda essa iniciativa a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), a Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), e a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).