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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Plano Safra decepciona o setor produtivo

2017-06-11 07:02:00

O governo federal anunciou o valor de R$ 190,25 bilhões para o Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018, montante que ficou 2,7% maior que os R$ 185 bilhões disponibilizados na safra anterior. A alta verificada no volume de recursos ficou abaixo do esperado pelo setor produtivo de Minas Gerais, que defendia uma correção mínima baseada na inflação estimada para 2017, o que ficaria próximo a 4%. Outro ponto anunciado foi a redução das taxas de juros, que variou entre um ponto percentual e dois pontos percentuais e não atendeu à demanda do setor produtivo que defendia juros menores.


O crédito rural disponibilizado poderá ser acessado por médios e grandes produtores entre 1º de julho deste ano e 30 de junho de 2018. Os juros do Plano Safra tiveram uma redução de um ponto percentual ao ano nas linhas de custeio e de investimento e de dois pontos percentuais ao ano nos programas voltados para a armazenagem, como o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns, e os de inovação tecnológica na agricultura, como o Programa de Inovagro (Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária).

De acordo com o analista de agronegócios da FAEMG, Caio Coimbra, pelo fato de o agronegócio ter sido o único setor que manteve os resultados positivos durante a crise econômica e ter alavancado o Produto Interno Bruto (PIB) do País, a expectativa era de uma redução maior nos juros, acompanhando a queda da taxa básica de juros, a Selic. “O setor esperava por uma redução de, no mínimo, dois pontos percentuais em todas as linhas do crédito rural. Mas o ideal seria um corte nos juros, proporcional ao registrado na Selic. No ano passado, quando o Plano Safra foi lançado, a taxa básica de juros estava em 14,25% e, hoje, já caiu para 10,25%”, explicou Coimbra.

Segundo ele, a redução de dois pontos percentuais nos juros dos programas prioritários voltados à armazenagem e de um ponto percentual na linha de investimentos não serão suficientes para fomentar os aportes no setor. “Pelo fato de o agronegócio ter puxado o PIB e ter mantido o crescimento em um momento de crise econômica do País, esperávamos que o governo olhasse com mais atenção para o setor. Para sair da crise, a única forma é fomentar investimentos e a redução atual verificada nos juros do crédito rural não estimula o potencial de aportes que o setor tem. A partir de agora, com a estabilização da economia, as turbulências serão menores, mas se tivesse reduzido mais os juros, poderíamos ter horizontes melhores para o setor”, disse Coimbra.

O setor produtivo também esperava um volume de crédito maior que os R$ 190,25 bilhões anunciados. A expectativa era de uma correção próxima ao valor da inflação projetada para 2017, cerca de 4%, mas o reajuste ficou em 2,7%. Do total de crédito destinado às operações agrícolas e pecuárias, para as linhas de custeio e comercialização, serão disponibilizados R$ 150,25 bilhões, sendo R$ 116,25 bilhões com juros controlados – taxas fixadas pelo governo – e R$ 34 bilhões com juros livres, a serem definidos por negociações entre a instituição financeira e o produtor.

O montante para investimento foi ampliado em 12%, passando dos R$ 34,05 bilhões liberados na safra anterior para R$ 38,15 bilhões. Já o volume de crédito disponibilizado para a comercialização da safra será de R$ 1,4 bilhão. “Em termos econômicos, o ideal era um reajuste levando em conta, pelo menos a inflação do período, em torno de 4%. Deveria ter sido colocado mais recursos, mas o problema é a situação difícil da economia do País, que não tem recursos suficientes para aplicar”, disse Coimbra. 

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