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terça-feira, 16 de abril de 2024

Aftosa: MS recebe técnicos europeus em clima de alívio

2007-11-11 02:08:00

Sob clima de dever cumprido as autoridades sanitárias de Mato Grosso do Sul recebem a partir da noite de hoje, domingo a missão técnica européia que vai avaliar o trabalho de prevenção e combate à aftosa na cadeia produtiva da carne bovina e bubalina do Estado. Diferente das outras missões recebidas, a que chega neste domingo e fica até quarta-feira, 15, estará em área considerada livre de febre aftosa com vacinação pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), reconhecimento anunciado na terça-feira e publicado na sexta no Diário Oficial da União.

O superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado, Orlando Baez, vai acompanhar a missão juntamente com dez veterinários do órgão. O objetivo é detalhar cada passo adotado para erradicar a doença, que não é transmitida para seres humanos, mas dizima rebanhos e reduz em até 25% a produtividade animal. As visitas começam por Anastácio, distante 145 quilômetros de Campo Grande, onde os veterinários europeus farão supervisão ao frigorífico Independência.

Com a bandeira da União Européia, os integrantes da missão querem analisar todas as condições da produção da carne brasileira. O grupo chegou durante a semana no País. Em Mato Grosso do Sul estão previstas, ainda, visitas a propriedades e casas de produtos veterinários de Dourados, a 221 quilômetros da Capital. Os técnicos pretendem ir fundo no problema que expôs o Estado e farão visitas a Eldorado, Japorã e Mundo Novo. Os três municípios estão na fronteira com o Paraguai, região onde a fragilidade do controle sanitário culminou com a perda do status de zona livre de febre aftosa sul-mato-grossense em 2005.

E a região mais frágil tornou-se o foco principal das atenções das autoridades sanitárias locais. Na região ficou estabelecida uma zona tampão velada, batizada de “zona de alta vigilância”, com aplicação de três testes de sorologia, vacinação supervisionada e abate sanitário. A situação mudou nesta semana, quando o Estado recuperou o status de área livre de febre aftosa com vacinação junto ao Mapa. O cuidado do governo local para cumprir as exigências da OIE (Organização Internacional de Saúde Animal) significou de forma literal cortar a própria carne. Os prejuízos não ficaram restritos à esfera de produtores, grandes ou pequenos, afetou todo o comércio e deixou a população sob emergência econômica.


Prejuízos – O governo estima que o prejuízo com a aftosa, apenas durante este ano (entre janeiro e novembro), superou a marca de R$ 6 milhões, sem contar os valores gastos com diárias de fiscais agropecuários (R$ 433 mil) e combustível apenas para coleta da sorologia (R$ 180 mil). A reversão do quadro deve ser gradativa, mas o que anima as autoridades sanitárias sul-mato-grossenses e o Mapa é que ela está cada vez mais perto.

Além de rezar na cartilha da OIE, as autoridades locais tiveram a garantia de que a avaliação será técnica e não comercial. Há cerca de uma semana, o comissário europeu de Saúde Markus Kyprionou, integrante da missão, disse que está confiante no desempenho brasileiro para erradicar e controlar os focos de aftosa com base nas orientações da UE. Ele crê, ainda, que em caso de deficiências, Bruxelas, sede do bloco, não vai optar necessariamente por um embargo.

A declaração foi uma resposta às investidas de representantes de produtores irlandeses, ingleses e deputados europeus que defendem o embargo à carne brasileira. Neste ano foram detectados focos de aftosa no rebanho bovino inglês e a carne brasileira foi mais uma vez para o banco dos réus. O parlamento europeu acusou o Brasil de usar rotas pela Rússia para levar a carne até a Inglaterra. A Rússia não comprava do Brasil na ocasião das acusações. Os problemas foram acentuados com um relatório produzido por jornalistas irlandeses que criticavam o sistema sanitário local.

Todas as questões serão dirimidas in loco. As restrições em relação a Mato Grosso do Sul continuam para os mercados estrangeiros, mas a rigidez imposta ao Estado é o trunfo para a mudança de posição.

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