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terça-feira, 23 de abril de 2024

MS volta a ser área livre de aftosa na quinta-feira

2007-11-06 22:29:00

O comunicado foi feito às pressas, e em poucos momentos mobilizou o governo estadual para que a notícia fosse propagada. Mato Grosso do Sul recuperou, nacionalmente, o status de área livre de febre aftosa com vacinação, o que permite aos produtores rurais do Estado voltar a comercializar carne com outras regiões do País. Além disso, a medida é um passo importante para que seja reiterado o pleito junto à Organização Internacional de Epizootias para que a pecuária estadual volte a vender para mercados mais exigentes, como a Rússia e a União Européia.

No final da tarde desta terça-feira (6 de novembro), o governador André Puccinelli (PMDB) disse ter recebido telefonema do ministro Reinhold Stephanes (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) avisando sobre o reconhecimento. A medida passará a vigorar a partir de quinta-feira (8), com a publicação da portaria do Mapa no Diário Oficial da União.

Com a voz embargada, Puccinelli fez o anúncio ao lado do superintendente federal de Agricultura do Estado, Orlando Baez, e do presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul, Laucídio Coelho Neto. “A liberação foi possível graças ao trabalho de todos”, disse o governador, referindo-se às entidades do setor. A divulgação era aguardada por produtores rurais do Estado desde 2005, quando os primeiros focos da doença foram detectados no Cone Sul – em Eldorado, Japorã e Mundo Novo. Até então, o Estado respondia por 60% das exportações brasileiras de carne bovina.

Um ano depois de tomadas as ações de combate à doença, que incluíram o sacrifício de milhares de bovinos, novas suspeitas levaram a abates sanitários na região, à realização de várias sorologias e a frustração dos produtores ao verem sua produção perdida. A briga por indenizações foi apenas um reflexo da crise que assolou o Estado, impedido de vender carne por anos e causando uma crise sem precedentes na pecuária local. A região dos focos, por sua vez, viu-se isolada em uma “zona tampão”, impedida de vender também produtos da agricultura, diante do risco de contaminação.

“Jogo duro” – Durante o comunicado, Puccinelli lembrou das dificuldades impostas pelo Mapa para que o Estado tivesse o status recuperado. Embora às claras fosse divulgada a existência de “boa vontade” por parte da União, o governador ressaltou que a rigidez com Mato Grosso do Sul foi um obstáculo a ser superado: enquanto as demais unidades da federação tiveram de realizar dois exames sorológicos, o Estado promoveu quatro, e já apareciam indícios de que um quinto exame seria requisitado em dois municípios.

Diante dessas exigências, Puccinelli colocou os secretários Osmar Jeronymo (Governo) e Tereza Cristina Corrêa da Costa (Produção) à frente das equipes de fiscalização, responsáveis por coletas de novas amostras, que apresentaram resultado negativo. O governador seguirá nesta quarta-feira (7) para Brasília, onde trataria do tema com o ministro Reinhold Stephanes.

Regras – A portaria do Mapa suspende as restrições impostas ao trânsito e comércio de animais em Eldorado, Japorã e Mundo Novo, revogando instruções normativas anteriores que impediam a circulação de animais. Porém, lembra que as restrições continuam nos mercados estrangeiros que impedem a comercialização dos produtos do Estado.

Como alguns dos principais compradores de carne do Estado possuem normas mais rígidas, Mato Grosso do Sul continuará a realizar ações preventivas, como a manutenção de uma zona de alta vigilância nos 14 municípios que fazem fronteira com Paraguai e Bolívia. Nesses locais, os animais só poderão ser abatidos para consumo interno.

“Todas as ações de controle sanitário serão mantidas e intensificadas”, disse a secretária, informando que o Estado comprará lanchas para o patrulhamento da fronteira – evitando a entrada de animais pelos rios. Tereza da Costa também informou que Brasil e Paraguai deverão trabalhar em um calendário conjunto de vacinação.

A secretária também informou que o prejuízo mensurado com a aftosa, apenas durante o governo de André Puccinelli (entre janeiro e novembro deste ano) chegou a R$ 6 milhões, sem contar os valores gastos com diárias de fiscais agropecuários (R$ 433 mil) e combustível apenas para coleta da sorologia (R$ 180 mil).

Missão – O reconhecimento do Estado como área livre com vacinação “iguala Mato Grosso do Sul a outros Estados com o mesmo status sanitário”, afirmou o ministro Reinhold Stephanes, lembrando que São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás também possuem o status. Ele destacou que essa situação auxiliará ao Estado retomar as exportações de carne. Isso poderá pesar durante a visita que a missão que a OIE mandará ao País, em dezembro deste ano.

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