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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Produtores de MS querem investir em florestas plantadas

2007-11-02 09:04:00

Com a expectativa de expansão da silvicultura no Estado, o setor, que tem boa viabilidade econômica, oferece mercado promissor nos próximos anos. Para o pequeno produtor rural se inserir neste negócio, uma das propostas do Núcleo Gestor do Arranjo Produtivo Local de Silvicultura e Móveis da Região Leste de Mato Grosso do Sul é trabalhar em grupo.
 
“O APL permite ao pequeno produtor fornecer com regularidade e em grande escala”, diz o gerente de agronegócios do Sebrae/MS, Carlos Alberto Santos do Valle. Segundo o consultor, “o maior entrave para o setor é a falta de organização da cadeia produtiva. O elo de produção e a indústria devem estar afinados para produzir e escoar com segurança para o mercado”.
 
Em parceria com a Reflore/MS, o Sebrae, a Famasul e o Grupo Mutum, o APL de Silvicultura realizou na terça-feira (30), em Ribas do Rio Pardo, visita técnica que reuniu cerca de 120 participantes demonstrando que o produtor rural sul-mato-grossense tem buscado alternativas para diversificar sua atividade produtiva e aumentar a renda na propriedade. O evento teve palestra sobre o cultivo de florestas, com professor da Universidade de Viçosa/MG e visita técnica ao sistema silvipastoril do Grupo Mutum.
 
Durante o dia, o grupo discutiu as possibilidades da silvicultura no Estado e pôde esclarecer dúvidas quanto à produção de espécies de eucalipto, em conjunto com a criação de gado, aspectos de investimento para iniciar a atividade e sua comercialização.
 
Segundo o produtor rural Geraldo Mateus Reis, empresário do Grupo Mutum, o cultivo de florestas está se tornando uma segunda opção para o pecuarista e é ideal para assentamentos rurais. “Trabalho com o eucalipto há muito tempo e creio que nunca vai faltar comprador para a madeira e o carvão. O investimento é baixo e a cada um real investido podemos calcular o retorno de três reais”, diz.
 
Para iniciar o plantio em área de um hectare, o produtor investirá, de acordo com o empresário, entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil do início até a primeira colheita (cerca de sete anos). “O consórcio entre pastagens e florestas traz um retorno maior, sendo este cultivo uma espécie de poupança a longo prazo. A atenção que o produtor terá de ter é com o risco do fogo e da formiga”.
 
Geraldo Mateus afirma que o pior mercado hoje para o eucalipto é o do carvão, tanto para comercialização na indústria siderúrgica quanto para seu uso doméstico. “O fim mais lucrativo é o da serraria: a lenha e a madeira para móveis”.
 
Tanto para o pequeno quanto para o grande produtor, o cultivo de florestas precisa de outra atividade produtiva para dar sustentabilidade econômica à propriedade rural. O ciclo do eucalipto, por exemplo, é longo, sendo a primeira poda realizada após sete anos do plantio.
 
Na fazenda do Grupo a silvicultura está aliada à bovinocultura. O gado pôde ser inserido na área após 10 meses do plantio do eucalipto. O pasto é de brachiária e as árvores plantadas são de mudas clones e de sementes de eucalipto. Clones são as mudas bem qualificadas, que conferem ao produtor a certeza de que terá um produto bom para a poda. Já o plantio por sementes tem desenvolvimento mais lento e o resultado é inesperado. “Os clones são mais vantajosos, entretanto, as sementes serão sempre essenciais para a melhoria genética da árvore”, esclarece.
 
A propriedade tem 8.500 hectares de área plantada, entre florestas novas e velhas. Deste total, 6.500 hectares são de árvores de rebrota e 2.500 hectares de árvores que nunca foram podadas. “O eucalipto de rebrota dá em média 100 metros de lenha por hectare, já o eucalipto novo entre 300 e 400 metros de lenha”, explica Mateus.

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