2007-01-16 03:12:00
O pesquisador Crébio José Ávila, da Embrapa Agropecuária Oeste, com sede em Dourados, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, disse que os produtores devem ficar atentos com a infestação das lagartas da soja neste período.
“Este é o momento de atenção porque eu tenho a convicção que está tendo uma explosão populacional muito grande de lagarta na região”, afirmou.
As chuvas intensas ajudaram a soja e colaboraram um pouco no controle das lagartas pequenas, derrubando-as. Mas como o tempo voltou a ficar seco e aumentou o calor e as folhas estão vigorosas, favoreceu-se a proliferação da praga daqui para frente.
O pesquisador disse que isso já vem acontecendo um pouco diferente. Normalmente aparece primeiro a lagarta da soja e depois a lagarta falsa medideira e este ano ocorrem infestações conjuntas e em algumas regiões com maior incidência para a falsa medideira, mais difícil de ser controlada. “Esta que é a preocupação (…)”.
Algumas lavouras já estão bastante infestadas. Embora o ataque ocorra de forma genérica em todo o Estado, na região de Dourados há soja amarelando, outras iniciando as vagens, em florescimento (a maioria) e em estado vegetativo.
“Isso favorece a proliferação porque tem sempre diferentes estágios de desenvolvimento para o ataque e a soja mais nova, em florescimento, sofre a maior infestação e essas lavouras estão sendo atacadas pela falsa medideira. Então até o final do mês nós teremos surto fortes dessas duas lagartas, principalmente da falsa medideira (…)”.
A partir do início de fevereiro começa a reduzir esse problema, embora aí surja o percevejo. Mas até o final de janeiro a preocupação é com os dois tipos de lagartas.
Considera-se um nível de controle quando se tem acima de
A Embrapa trabalhou em anos anteriores com o controle biológico regionalmente, desenvolveu um projeto piloto durante quinze anos e fez um fomento para uso do produto. Mas agora a empresa deixou isso nas mãos da iniciativa privada. Ainda há o produto disponível do mercado, mas o uso nos últimos anos, lamentavelmente, comentou o pesquisador, tem sido pequeno. “Por razões técnicas e da cultura do produtor o uso em nível de Estado caiu drasticamente”.
Com relação à falsa medideira, nas três safras anteriores, os produtos recomendados não funcionaram. “Não tinha produto eficiente, mas a partir de um trabalho desenvolvido pela Embrapa Agropecuária Oeste se chegou a produtos alternativos e eficientes”.
“Então nós temos orientado os produtores sobre o momento de controlar, sua disponibilidade de produtos que estão na recomendação. Qualquer dúvida o produtor pode ligar na Embrapa, mas acho que o meio mais curto é consultar o boletim técnico”. O boletim está disponível no site www.cnpso.embrapa.br.
A falsa medideira, até cinco anos atrás, era uma praga secundária, mas atualmente tornou-se tão devastadora como a lagarta da soja e no estágio deste ano ela aparece com maior incidência. A situação é atípica em função das condições climáticas.
“Quando se tem uma condição climática diferenciada, você tem uma disponibilidade de diversidade e um espaço de tempo diferente”, explicou Crébio.
