2007-10-02 18:21:00
Mais de 50% da reserva de recursos para custeio da safra com juros de 6,75% ao ano ainda não foi contratada pelos produtores rurais de Mato Grosso do Sul junto ao Banco do Brasil. O plantio deve ser iniciado na segunda quinzena deste mês, dependendo das condições climáticas. Para isso, é preciso chuva.
O gerente de Agronegócios do Banco do Brasil, Loureno Budke, afirma que o momento é positivo para o agronegócio. Segundo ele, Mato Grosso do Sul tem o maior volume contratado do País, na proporção com a oferta de crédito para custeio. São R$ 190 milhões de um bolo de R$ 400 milhões.
Ele afirma que muitos produtores ainda não tomaram o crédito por um conjunto de fatores. Um deles passa pela própria recuperação do campo. Como muitos prorrogaram as dívidas no ano passado – quando o volume prorrogado atingiu o ápice de R$ 600 milhões – e a safra foi cheia, muitos ainda estão capitalizados.
Outro fator foi a espera por medidas adicionais relacionadas à prorrogação que acabaram saindo somente no mês passado. Desta vez, os indicativos são de baixa adesão ao prolongamento da dívida, que é contra-indicado por entidades representativas do setor produtivo.
De um total de 8,8 mil contratos passíveis de prorrogação em Mato Grosso do Sul, somente 1,8 mil prorrogações foram feitas. A orientação de fugir do alongamento ocorre porque o produtor acaba abrindo mão de contratar um crédito a juros menor para prorrogar uma dívida contratada com taxa maior, a partir de 8,75% ao ano. Outro fator que pode influenciar na tomada menor de recursos junto ao Banco do Brasil é que o cenário positivo fez outros agentes ampliarem a oferta de crédito ao setor.