2007-09-25 18:26:00
Instrução Normativa do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) vai implantar, no início de outubro, uma zona de alta vigilância, uma espécie de zona tampão, na fronteira do Brasil com o Paraguai, na região de Mato Grosso do Sul. Essa instrução normativa definirá as restrições ao transporte de gado dentro da zona de vigilância a ser criada nos municípios de Mato Grosso do Sul situados próximos à fronteira com o Paraguai, segundo informação do superintendente federal de Agricultura de Mato Grosso do Sul, Orlando Baez, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Ele informou ao jornal que o prejuízo com a febre aftosa em Mato Grosso do Sul chegou a R$ 28,9 milhões só com indenizações pagas pelo governo federal aos produtores rurais que tiveram cerca de 90 mil cabeças de gado abatidas nos municípios de Eldorado, Japorã e Mundo Novo após os focos de aftosa em outubro de 2005. Nessa região ocorreram os primeiros focos da doença e os três municípios ainda estão sob restrições sanitárias.
Baez disse que o transporte de gado será restrito, com maior acompanhamento da fiscalização e poderá ser autorizado somente após os animais ficarem em quarentena, sendo que as regras valerão na faixa de fronteira, que incluiu 14 municípios de Mato Grosso do Sul. Também no início de outubro deverá sair, segundo Baez, o resultado dos exames que apontarão se ainda há circulação de vírus da aftosa em Japorã, Mundo Novo e Eldorado.
De outubro de 2005 a agosto deste ano o Mapa e o Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) abateram animais suspeitos de estar com a doença nos três municípios. A SFA/MS (Superintendência Federal de Agricultura de Mato Grosso do Sul) informa que, incluindo as indenizações e convênios com municípios e entidades para prevenção à doença, foram gastos cerca de R$ 48 milhões.
O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Laucídio Coelho Neto, disse que é preciso fazer o combate à doença em conjunto com o Paraguai. Ele define a restrição ao transporte do gado como "uma medida necessária que vai incomodar muito quem tem propriedade na fronteira". "É preciso que o governo estude medidas compensatórias", afirmou.
Segundo ele, não é possível calcular o prejuízo. "As medidas de controle de trânsito vão impedir negócios rápidos. Vamos ter de chamar o veterinário para fazer uma vistoria nos animais. O prejuízo será maior com a demora nos negócios", analisou.
