2007-06-19 02:30:37
O Programa de Assistência aos portadores de HIV/Aids coordenado por Maria Claudete Lunardi, concluiu que desde o inicio do projeto no ano de 1996, até maio deste ano, já foram confirmados 61 casos da doença no município. Segundo o último relatório 15 pessoas já morreram em virtude da doença em Naviraí. De acordo com Claudete, somente no cadastro do PSF do Varjão, existem 36 pessoas portadoras do vírus.
Vale ressaltar ainda de que desses 61 casos, foram confirmados apenas na rede pública de saúde do município. Os diagnósticos realizados em hospitais e clinicas particulares não são repassados para a Gerência de Saúde de Naviraí. Claudete disse a que o programa oferece atividades de aconselhamento as pessoas, bem como presta assistência de forma integral no PSF do Varjão.
A coordenadora afirmou ainda, que o programa não é simplesmente dar conselhos, mas sim uma prática usada pelos profissionais de saúde, que consiste em uma relação de escuta e confiança entre os profissionais da área e as pessoas que procuram o serviço de saúde.
Uma preocupação hoje segundo Claudete, é com a idade dos portadores da doença na cidade. A Aids que atingia os grupos tidos como de risco, (como a prostituição, e homossexuais), passou a preocupar casais heterossexuais casados, até então considerados fora de perigo, começam a fazer parte da estatística alarmante.
Claudete disse ainda que no momento atual, todas as pessoas são suscetíveis ao contágio da doença. A infidelidade conjugal é um dos fatores para o aumento da doença entre os casais pela diversidade dos parceiros. “O fato de ser casado não significa sinônimo de fidelidade” comenta Claudete.
Segundo a coordenadora, hoje é uma tendência natural da Aids atingir mais as mulheres. “Isso acontece porque o órgão genital da mulher é mais suscetível pelo fato de ser formado por mucosas. Por conta disso, as mulheres tem mais facilidade de pegar o vírus do que o homem, segundo levantamento” diz Claudete.
Um outro lado importante está relacionado com a gravidez e a transmissão vertical (a passagem do vírus da mãe para o filho), em função da formação do órgão sexual feminino.
TRATAMENTO DO BEBÊ- Durante o acompanhamento do pré-natal a gestante realiza todos os exames, dentre eles, existe a oferenda o teste do HIV. Caso d positivo a gestante passará a usar o AZT a partir do 4° até o 9° mês de gestão. A função do AZT é de impedir a reprodução do vírus da Aids ainda em sua fase inicial.
“Durante o parto é oferecido o injetável do AZT, para diminuir a carga viral da mãe, após o nascimento do bebê, ele toma xaropinho do AZT para diminuir os anticorpos da mãe contaminada. A possibilidade dessa criança não desenvolver o vírus da Aids chega em torno de 80%”, esclarece Claudete.
O acompanhamento da criança portadora do vírus acontece até os 2 anos de idade. Nesse período, são realizados apenas os exames de HIV, que é realizado em cada 6 meses. Segundo Claudete Lunardi, os partos com transmissão vertical ( a passagem do vírus da mãe para o filho durante a gravidez), em Naviraí, de 1996 a 2007, apresentam um número de 12 crianças portadoras do soro conversão.
Desse total, nove realizaram o tratamento, uma criança com menos de 2 nos está sendo acompanhada e apenas duas crianças não fizeram o acompanhamento pela falta de cuidado dos pais.
De acordo com dados da rede pública de saúde de Naviraí, do ano de 1996 a maio de 2007, foram verificado 61 casos de HIV. Deste total 36 pacientes estão em tratamento, 15 já morreram, 7 abandonaram o tratamento e três foram transferidos para outros municípios.
Os dados apontam ainda que 32 (52%) casos são casados, solteiros 29 (47,5%). Entre menores de 15 anos dois casos entre os jovens dois casos entre 15 a 20 anos, dois casos na faixa etária de 20 a 49 e acima de 50 anos 11 casos, totalizando 61. Os números apontam ainda que o número de mulheres contaminadas é maior que os homens. Enquanto 25 casos equivalente a 41% são homens, 36 são mulheres com 59% dos casos na cidade de Naviraí.
