2006-12-18 11:32:00
Clesio Ribeiro
Os vereadores de Coronel Sapucaia, Dr. José Segundo Rocha (PT) e Maria Eloir Rodrigues (PMDB) participaram da criação da Frente Parlamentar Internacional que reúne vereadores de cidades fronteiriças do Brasil com a Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
O encontro aconteceu nos dias 9, 10 e 11 de dezembro em Foz do Iguaçu. O vereador Segundo Rocha avaliou como extremamente positivo a criação da Frente Parlamentar Internacional, porque “sempre tomam decisões em nível de governos e nunca nós que moramos na fronteira somos ouvidos. Acho que temos que soltar o grito e ter a nossa voz para melhorar as condições de vidas nos municípios fronteiriços como é o nosso caso aqui em Coronel Sapucaia.
A vereadora Maria Eloir disse que foi fundamental a importância a participação no encontro, inclusive, segundo ela, a experiência da criação do Parlim (Parlamento Intermunicipal) que envolve Coronel Sapucaia e Capitan Bado, onde o vereador Segundo Rocha é o presidente, foi apresentada no encontro e serviu como referência. “Temos muitas questões importantes que temos que levar ao conhecimento dos nossos governantes e precisamos ser ouvidos em nossas reivindicações, porque nós conhecemos os problemas de perto, convivemos com eles”, falou a vereadora.
Os objetivos da Frente parlamentar Internacional são fomentar discussões sobre problemas comuns ou específicos de cada município de fronteira, para gestionar soluções junto aos organismos federais; representar de forma uníssona todos os municípios integrados; dar voz a cada cidade limítrofe dentro de um fórum global de debate sobre os anseios da região; defender a isonomia de tratamento nas localidades de fronteira, observada a soberania nacional e autodeterminação de cada país membro; defender a preservação do Aqüífero Guarani, o mais valioso recurso natural da região Sul da América Latina; fortalecer o processo de integração; através do fortalecimento e de ações solidárias aos pleitos de cada município; gestionar ações efetivas de mobilização dos municípios de fronteria sempre quando sejam tomadas medidas de impacto pelos governos centrais que afetem o livre trânsito de pessoas; buscar uma política igualitária no setor de saneamento agropecuário, particularmente a questão da febre aftosa, visando a atuação conjunta dos paises membros; incentivar a criação de leis trabalhistas uniformes nas cidades de fronteira, garantindo os direitos trabalhistas; fomentar uma política de segurança para garantir o transporte internacional, inclusive de cargas; sensibilizar os governos centrais para aspectos diferenciados dos municípios de fronteira, nas ações preventivas na área de saúde, saneamento e meio ambiente; lutar pela desburocratização do processo de migração, padronização de legislação e a concretização do Mercosul.
A carta com esses objetivos foi encaminhada a todos os municípios das fronteiras e autoridades dos paises participantes. O Brasil possui uma extensão de mais de 14 mil quilômetros de fronteira. “É uma extensão muito grande e cada lugar tem a sua peculiaridade, como aqui em Coronel Sapucaia e Capitan Bado. Aqui temos o problema da saúde, que os brasileiros que residem do lado paraguaio precisam ser atendidos nos hospitais brasileirios, temos o problema da legislação do trânsito, ambiental, educação e segurança, que temos que discutir. Aqui temos o mesmo povo que dá “bom dia”, diz “Buenos dias” e também “mba’ei chapa nde pyhapyp”, que é brasileiro, espanhol e o guarani’, comentou Dr. Segundo.
