2007-04-09 03:55:00
Nelson Donadel, a partir de segunda-feira serão contratados funcionários para trabalhar na usina Dcoil. No dia 29 de março, uma ação do Ministério do Trabalho retirou os trabalhadores da usina, entre eles 150 índios de Coronel Sapucaia, Amambai e Dourados, por causa das condições de trabalho consideradas precárias. O Ministério Público do Trabalho havia anunciado resgate de 409 trabalhadores, em condições degradantes.
Os alojamentos e as frentes de corte de cana foram desinterditados. O dono da destilaria, Nlson donadel, disse, sobre os equipamentos, que os indígenas apresentam forte resistência ao uso de EPIs por razões relacionadas à sua própria cultura. “Por mais que a empresa cobrasse o uso de EPIs, o controle dos índios era difícil, ao contrário dos funcionários não-indígenas, que em geral apresentam menor resistência ao uso dos referidos equipamentos”, afirmou.
Sobre o alojamento, disse que está sendo feita uma reforma. Segundo Donadel, a intenção “não é apenas atender as normas do Ministério do Trabalho, mas propiciar maior conforto possível aos funcionários”. Segundo ele, o alojamento passará a ter chuveiros elétricos, ventiladores de teto e e janelas com mais espaço para ventilação.
Donaldel disse, também, que foram adquiridos bebedouros para água gelada e televisores de 29 polegadas para entretenimento dos trabalhadores. “Além disso, está sendo reformado o campo de futebol localizado à frente do alojamento”. De acordo com Donadel, a empresa vai voltar a operar com os trabalhadores que residem nos Municípios de Iguatemi e Naviraí e a partir de segunda-feira passará a fazer novas contratações.
ACUSAÇÕES
Os trabalhadores retirados da usina pelo MPT foram contratados em janeiro e março, mas não haviam recebido salário até a época da ação. As rescisões contratuais foram monitoras pelo Ministério Público do Trabalho.
Por conta da situação degradante a que os empregados da destilaria foram submetidos, o proprietário deve responder em diversas esferas judiciais, além da trabalhista. O procurador do Trabalho Jonas Ratier anunciou, ainda, que iria denunciar Donadel ao CRM (Conselho Regional de Medicina) de Mato Grosso do Sul por conduta antiética.