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quinta-feira, 28 de março de 2024

Péssimo estado de rodovias danifica veículos e encarece fretes na fronteira

2007-03-14 20:43:00

Vilson Nascimento

As péssimas condições de conservação das rodovias estaduais no sul do Estado, sobretudo da vulgarmente conhecida como “Guaira-Porã”, que é composta por três trechos de rodovias estaduais e o principal elo de ligação entre a região de fronteira com o Paraguai em Mato Grosso do Sul com o estado do Paraná, para onde é ecoada a maior parte da produção agrícola da região, além de colocar em risco a vida dos motoristas, causa prejuízos e encarece o frente na região.

Segundo motoristas que fazem o trajeto periodicamente, tendo em vista o período de safra, as péssimas condições das rodovias estaduais na região fazem encarecer o valor do frete em até 30% acima do preço que seria aplicado normalmente tendo em vista o aumento de gastos com pneus e peças de reposição dos caminhões que são danificadas pelos buracos no asfalto.

“E esses prejuízos acabam sendo arcado pelos produtores”, disse o gerente comercial de uma grande empresa que atua na área da comercialização de grãos em Amambai e em outros municípios da região. Ele também relatou que com as péssimas condições de conservação das vias de acesso, pesar do preço alto cobrado pelo frete, mesmo assim é difícil encontrar transportadoras ou caminhoneiros autônomos que aceitem realizar frete e o escoamento da safra na região.

Agesul não tem previsão para recuperação-Apesar do estado crítico que se estande pelas rodovias estaduais pavimentadas e até as sem pavimentação da região e a safra estar em pleno período de colheita, a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) de Mato Grosso do Sul não anunciou se quer uma medida para tentar amenizar, mesmo de forma paliativa, os problemas das rodovias da região.

Na 11ª Unidade Regional do órgão estadual em Amambai, que é responsável pela manutenção de 914 quilômetros de rodovias estaduais na fronteira, 324 quilômetros pavimentados e 590 quilômetros em estradas de chão, maquinários em condições de serem empregados na recuperação das vias estão parados desde o inicio do ano por falta de combustível e não existe se quer uma expectativa de quando voltem ao trabalho.

Procurado pela reportagem o diretor interino do órgão estadual em Amambai, o engenheiro Fausto Carneiro disse que a direção regional não está autorizada a repassar informações para a imprensa, apesar de todos os problemas que assolam a região.

Trechos Clíticos-A Guaira-Porã com um todo, que interliga Ponta Porã na fronteira com o Paraguai a rodovia BR 163 em Eldorado é a via da região em piores condições de tráfego.

No trecho de aproximadamente 90 quilômetros da MS 386 que liga Ponta Porã a Amambai os buracos aparecem cada vez em quantia maior, mas as condições de tráfego ainda são “aceitáveis” a exemplo da MS 156 no trecho que liga Amambai a Tacuru e o trecho da MS 295 entre os municípios de Iguatemi e Eldorado.

A situação é mais crítica, para não dizer “calamitosa” no trecho de 45 quilômetros da mesma MS 295 entre os municípios de Tacuru e Iguatemi. Enormes crateras no meio da pista obrigam os motoristas a pararem seus veículos e em muitas localidades, inclusive em locais de curvas, a única forma de se locomover é passando pela contra-mão de direção, provocando um iminente risco de causar graves acidentes.

Sem acostamento e com parte do que resta da sinalização escondida pelo mato, os motoristas que se aventuram pelo citado trecho de rodovia em período noturno têm que transitar em baixíssima velocidade para evitar danificar seus veículos ou até mesmo se envolverem em acidentes.

A situação precária da Guaira-Porã e das demais rodovias estaduais da região, entre elas o trecho de chão da MS 295 que liga a MS 156 a Paranhos na fronteira com o Paraguai, tem sido tema de constantes debates em câmaras municipais e em eventos públicos realizados na região. Mesmo assim tais cobranças não têm sensibilizado o Governo do Estado que até o momento não se manifestou oficialmente sobre o problema.

Confira mais fotos do estado dramático da Guaira-Porã no quadro Holofote ao lado


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