2016-08-26 07:52:00
Membros da diretoria do Sindicato Rural de Caarapó e os associados da entidade avaliaram a situação e manifestaram sentimento de repúdio – na atuação da PF e MPF que resultou na prisão de cinco produtores rurais de Caarapó, no último dia 18, sob acusação de suposto envolvimento na morte de um índio durante as invasões nas propriedades rurais do município.
Um dos diretores do Sindicato, que estava em viagem durante a operação, questionou a atuação da PF em prender homens de bem, pessoas responsáveis pela geração de emprego e que alavancam a economia do município.
“O que nos causa revolta é a discrepância de interpretação dos fatos, de um lado temos vítimas do descaso do governo, pessoas tiveram suas propriedades invadidas, maquinários queimados, pequenos sitiantes sendo diariamente saqueados, policias militares vítimas de torturas e armamentos roubados, e os tutelados soltos, enquanto isso, homens de bem, trabalhadores, pai de família presos sem provas e culpados por um crime sem autoria” desabafam.
A diretoria ainda questionou os diversos vídeos e provas materiais contra índios que circulam nas redes sociais – são evidências de prática de invasão, tentativa de homicídio, abates de animais, casas de sitiantes saqueadas e, no entanto, sem nenhuma ação por parte das autoridades competentes.
Os produtores de Caarapó concordam com a nota do presidente do Sindicato Rural de Dourados – e sentem também a sensação de que a lei existe apenas para um lado “enquanto o outro lado, os tutelados praticam todo tipo de arbitrariedade e crime, inclusive fecham estradas, cobram pedágio e extorquem pessoas que para terem acesso à suas lavouras tem que dar dinheiro ou cesta básica – e sem responder por isso na forma da lei”.
Segundo a diretoria o Sindicato Rural de Caarapó, desde o dia em que se iniciaram as invasões, bem como o incidente que culminou com a morte do indígena, sempre se dispôs a cooperar com a justiça. No entanto, avalia como arbitrária e sem provas documentais as prisões.
Para os membros da entidade, além de serem acusados por um crime sem autoria, os cinco produtores ainda carregam a exposição negativa de sua imagem perante a sociedade e a família. “Queremos que a verdade prevaleça e que apareça – somos os maiores interessados na elucidação do crime, assim como da prisão dos culpados pelos roubos de gado, armamento, saques e torturas dos policiais” concluem os diretores.